Conforme o óleo se espalha pelo Litoral Sul pernambucano, a população se mobiliza para ir às praias que amanhecem manchadas pelo produto. Em Ipojuca, que desde sábado (19) apresenta vestígios de petróleo cru, muita gente tem se engajado na missão de limpar o material. Neste domingo (20), a praia do Cupe era a mais suja do município, e recebeu atenção especial de pelo menos 300 voluntários.
O morador de Ipojuca Marcelo Oliveira foi uma dessas pessoas. “A praia amanheceu bem suja, mas, com esse trabalho deste efeito colônia de formiga, nós já conseguimos dar um upgrade bacana na paisagem”, comemora.
Empenhado com a limpeza das praias desde a manhã da sexta-feira (18), pôde observar como está o movimento. “Está vindo para cá desde o vendedor de sorvete até o empresário. Estamos nessa corrente de união e na realidade estou impressionado, nunca imaginei que nós tivéssemos essa força”, celebra.
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Ele, que trabalha como bugueiro, sabe que o desastre vai impactar não só no ecossistema, mas também nas vidas de quem vive no local. “O intuito de salvar a praia é para manter a visita do local, porque ele é 100% dependente do turismo. Se não trabalharmos para limpar as praias, infelizmente muitos pais de família vão ficar desempregados”, lamentou.
Teve também quem viajou de Recife para vestir botas e luvas e ajudar. Foi o caso da estudante de nutrição Isadora Agostini. A jovem veio da capital com o namorado, com quem costuma frequentar a praia de Porto de Galinhas. “Ele trabalha a semana toda e tava de folga hoje. Amanhã começa a trabalhar de novo. Mas na hora que a gente soube, a gente se uniu para poder ajudar”, contou. Às 7h da manhã, Isadora já estava no Cupe.
O argentino Jorge Petruczok já mora em Porto de Galinhas há 22 anos, trabalhando com bijuterias. “A gente está seguindo as notícia de que está atingindo todo o litoral, até esta semana não tinha chegado até aqui”. Quando chegou, veio ao Cupe se juntar à massa de pessoas que colaboram com o recolhimento do petróleo. Jorge também se preocupa em como o derramamento pode afetar os negócios. “Acaba com a atividade econômica se acaba a praia. Uma coisa leva a outra”, falou.