RECOMENDAÇÃO

CPRH divulga lista de praias em Pernambuco onde banho deve ser evitado

Lista contém 18 praias onde houve ''detecção visual de óleo'', uma das circunstâncias em que o banho deve ser evitado. Porto de Galinhas e Boa Viagem estão liberadas

JC Online
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Publicado em 25/10/2019 às 20:31
Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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Embora o resultado da pesquisa sobre a presença de resíduos de hidrocarbonetos nas praias atingidas pelo óleo só seja divulgado na próxima semana, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) divulgou, nesta sexta-feira (25), uma lista de praias onde houve "detecção visual de óleo", uma das circunstâncias em que o banho deve ser evitado. Ao todo, são 18 localidades. Porto de Galinhas e Boa Viagem estão liberadas para o banho de mar.

Veja a lista

- Praia do Janga (Paulista)
- Praia de Pau Amarelo (Paulista)
- Praia do Pilar (Itamaracá)
- Praia do Forte (Itamaracá)
- Praia de Barra de Jangada (Jaboatão dos Guararapes)
- Praia de Pedra de Xaréu (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia de Itapuama (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia do Paraíso (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia do Paiva (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia de Gaibu (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia de Enseada dos Corais (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia de Suape (Cabo de Santo Agostinho)
- Praia de Cupe (Ipojuca)
- Praia de Muro Alto (Ipojuca)
- Praia de Barra de Sirinhaém (Sirinhaém)
- Praia dos Carneiros (Tamandaré)
- Praia de Tamandaré (Tamandaré)
- Praia de São José da Coroa Grande (São José da Coroa Grande)

Lista de praias inapropriadas por conta de coliformes fecais

A CPRH faz a coleta e análise da água em 50 pontos do Litoral Norte, Litoral Sul e Região Metropolitana. Para o período que se inicia nesta sexta-feira (25) e segue até o dia 31 de outubro, a análise mostra que 34 praias estão próprias para o banho, enquanto outras 15 são consideradas inapropriadas. Os estudos relacionados abaixo se referem, exclusivamente, à presença ou não de coliformes fecais.

Segundo o laboratório de análise da CPRH, uma praia considerada imprópria não está necessariamente infectada por doenças, porém os riscos de contaminação são considerados significativos. A CPRH aconselha aos banhistas que guardem uma distância mínima de 100 metros dos pontos e extremidades das áreas divulgadas como medida preventiva.

Quando o banho de mar deve ser evitado?

A CPRH recomenda que seja evitado o banho de mar em quaisquer das circunstâncias abaixo:
• Houver incidência relativamente elevada ou anormal de doenças por veiculação hídrica;
• Acusar recebimento regular intermitente ou esporádico de esgotos por intermédio de valas,
corpos de água ou canalizações, inclusive galerias de águas pluviais;
• Indicar presença de resíduos ou despejos, sólidos ou líquidos, inclusive óleos, graxas e
outras substâncias capazes de oferecer riscos à saúde ou tornar desagradável a
recreação;
• Floração de algas ou outros organismos, até que comprove que não oferecem risco à saúde;
• Nas semanas que forem classificadas como impróprias;
• Sua utilização nas 24 horas subsequentes à ocorrência de chuvas, devido ao maior risco de
doenças;
• Outros fatores que contraindiquem temporária ou permanentemente o exercício de recreação de
contato primário

Declarações do ministro do Turismo

Na manhã desta sexta-feira (25), o  ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, havia dito que "as praias do Nordeste estão aptas para o banho e estão completamente limpas". No entanto, durante a tarde, durante coletiva na Capitania dos Portos, localizada na área central do Recife, o ministro mudou o tom e explicou que as regiões que foram atingidas pela substância devem ser evitadas no momento.

Desastre ambiental

O total de óleo coletado em Pernambuco chegou, nesta sexta-feira (25), a 1.447 toneladas. No total, já são 41 praias e sete rios atingidos em 13 cidades do Estado.

Nesta sexta-feira (25), fragmentos do óleo foram encontrados nas praias de Candeias e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e na praia do Sossego, na Ilha de Itamaracá, Região Metropolitana do Recife (RMR).

De acordo com a Prefeitura de Jaboatão, os fragmentos encontrados nesta sexta são resquícios da mancha que atingiu a praia de Barra de Jangada, no mesmo município, na quarta (23). A prefeitura disse também que as praias já foram limpas.

Explicação semelhante foi dada pelo secretário de Comunicação e Imprensa da Ilha de Itamaracá, James Paiva. Segundo ele, os fragmentos que chegaram à praia do Sossego ocuparam uma faixa de areia entre cinco e seis metros e são resquícios do óleo que chegou à praia do Pilar, na ilha, nessa quinta (24).

Foto: Wellington Lima/JC Imagem
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Fotos: Chico Bezerra/Divulgação
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Cidades afetadas pelo óleo

Até esta sexta-feira (25), foram atingidas 41 praias e sete rios nos municípios de Barreiros, Cabo de Santo Agostinho, Goiana, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém e Tamandaré.

Governo solicita assistência aos pescadores

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, solicitou uma audiência à ministra da Agricultura e da Pesca, Tereza Cristina, com o objetivo de garantir assistência aos pescadores de áreas atingidas pelas manchas de óleo no litoral. O Governo federal havia sinalizado a antecipação de uma quota do Seguro Defeso, beneficiando apenas os trabalhadores que atuam na pesca da lagosta, que em Pernambuco representam pouco mais de 400 pessoas. No entanto, o Estado possui mais de 10 mil pescadores cadastrados pelo próprio ministério.

Casos de intoxicação

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que está monitorando casos de intoxicação exógena notificados pelas unidades de saúde de Pernambuco. Até esta quinta-feira (24), eram 19 ocorrências em processo de investigação pelas equipes de Vigilância em Saúde da SES-PE, sendo 17 em São José da Coroa Grande e dois em Ipojuca.

Recomendações

A SES-PE reitera a recomendação de nunca usar solventes, como querosene, gasolina, álcool, acetona e tiner, para remoção, já que esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele. O indicado é que seja usados óleo de cozinha (óleos de origem vegetal), ou outros produtos contendo glicerina ou lanolina. Durante as atividades de retirada do óleo, recomenda-se evitar o contato direto com a substância por meio do uso de máscara descartável; luvas de borracha resistente; botas ou galochas de plástico ou outro material impermeável. Também não se deve usar tênis, chinelo, bota de trilha nem ir descalço. È importante vestir roupas que cubram as pernas e os braços, se possível, de material impermeável. Além disso, não é recomendada a participação de crianças, gestantes e doentes crônicos nos mutirões de limpeza.

Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco

O Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox), que funciona como uma central para sanar dúvidas e orientar a população e profissionais de saúde sobre os casos de intoxicações exógenas e acidentes com animais peçonhentos, pode ser contatado por meio do telefone 0800 722 6001. Profissionais do serviço estão aptos a tirarem dúvidas sobre exposição ao produto e aparecimento de sintomas, assim como outras orientações, como a procura pelo atendimento médico adequado em cada uma das situações.

Pesquisa

Em decorrência do aparecimento de vestígios de petróleo cru em 23 praias do Estado, especialistas recolheram amostras do material, nesta quinta-feira (24), na praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. A intenção é descobrir a quantidade de óleo que está dissolvido nas águas de 13 praias de Pernambuco, a fim de determinar qual é a extensão do dano do poluente para a vida marinha e para o ser humano.

Os oceanógrafos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Eliete Zanardi Lamardo e Gilvan Yogui, ambos especialistas em poluição marinha por petróleo, orientarão estudiosos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

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