O total de óleo coletado em Pernambuco chegou, nesta sexta-feira (25), a 1.447 toneladas. No total, já são 41 praias e sete rios atingidos em 13 cidades do Estado.
Nesta sexta-feira (25), fragmentos do óleo foram encontrados nas praias de Candeias e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e na praia do Sossego, na Ilha de Itamaracá, Região Metropolitana do Recife (RMR).
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De acordo com a Prefeitura de Jaboatão, os fragmentos encontrados nesta sexta são resquícios da mancha que atingiu a praia de Barra de Jangada, no mesmo município, na quarta (23). A prefeitura disse também que as praias já foram limpas.
Explicação semelhante foi dada pelo secretário de Comunicação e Imprensa da Ilha de Itamaracá, James Paiva. Segundo ele, os fragmentos que chegaram à praia do Sossego ocuparam uma faixa de areia entre cinco e seis metros e são resquícios do óleo que chegou à praia do Pilar, na ilha, nessa quinta (24).
Cidades afetadas pelo óleo
Até esta sexta-feira (25), foram atingidas 41 praias e sete rios nos municípios de Barreiros, Cabo de Santo Agostinho, Goiana, Ilha de Itamaracá, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém e Tamandaré.
Governo solicita assistência aos pescadores
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, solicitou uma audiência à ministra da Agricultura e da Pesca, Tereza Cristina, com o objetivo de garantir assistência aos pescadores de áreas atingidas pelas manchas de óleo no litoral. O Governo federal havia sinalizado a antecipação de uma quota do Seguro Defeso, beneficiando apenas os trabalhadores que atuam na pesca da lagosta, que em Pernambuco representam pouco mais de 400 pessoas. No entanto, o Estado possui mais de 10 mil pescadores cadastrados pelo próprio ministério.
Casos de intoxicação
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou que está monitorando casos de intoxicação exógena notificados pelas unidades de saúde de Pernambuco. Até esta quinta-feira (24), eram 19 ocorrências em processo de investigação pelas equipes de Vigilância em Saúde da SES-PE, sendo 17 em São José da Coroa Grande e dois em Ipojuca.
Recomendações
A SES-PE reitera a recomendação de nunca usar solventes, como querosene, gasolina, álcool, acetona e tiner, para remoção, já que esses produtos podem ser absorvidos e causar lesões na pele. O indicado é que seja usados óleo de cozinha (óleos de origem vegetal), ou outros produtos contendo glicerina ou lanolina. Durante as atividades de retirada do óleo, recomenda-se evitar o contato direto com a substância por meio do uso de máscara descartável; luvas de borracha resistente; botas ou galochas de plástico ou outro material impermeável. Também não se deve usar tênis, chinelo, bota de trilha nem ir descalço. È importante vestir roupas que cubram as pernas e os braços, se possível, de material impermeável. Além disso, não é recomendada a participação de crianças, gestantes e doentes crônicos nos mutirões de limpeza.
Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco
O Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (Ceatox), que funciona como uma central para sanar dúvidas e orientar a população e profissionais de saúde sobre os casos de intoxicações exógenas e acidentes com animais peçonhentos, pode ser contatado por meio do telefone 0800 722 6001. Profissionais do serviço estão aptos a tirarem dúvidas sobre exposição ao produto e aparecimento de sintomas, assim como outras orientações, como a procura pelo atendimento médico adequado em cada uma das situações.
Pesquisa
Em decorrência do aparecimento de vestígios de petróleo cru em 23 praias do Estado, especialistas recolheram amostras do material, nesta quinta-feira (24), na praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho. A intenção é descobrir a quantidade de óleo que está dissolvido nas águas de 13 praias de Pernambuco, a fim de determinar qual é a extensão do dano do poluente para a vida marinha e para o ser humano.
Os oceanógrafos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Eliete Zanardi Lamardo e Gilvan Yogui, ambos especialistas em poluição marinha por petróleo, orientarão estudiosos da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas) e da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).