A segunda-feira (28) em Pernambuco começou sem novas manchas de óleo no litoral do Estado, apesar de ainda haver a substância em praias já notificadas anteriormente. O cenário é o mesmo para o Nordeste. No sábado, em coletiva de imprensa, a Marinha informou que as praias da região já não apresentavam óleo do vazamento, mas, apenas "pelotas" de petróleo no mar que poderiam ser recolhidas quando chegassem às praias.
O governo já registrou 249 locais afetados. Mais de 1 mil toneladas de resíduos oleosos, diz a nota, foram recolhidos. As ações do grupo continuam em Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia - Estados mais atingidos. Em outros locais, de acordo com o governo, a situação é estável.
'Não há novas manchas de óleo chegando'
O governo informou que não foram encontradas, neste domingo (27), novas manchas de óleo no litoral do Nordeste, atingido pelo vazamento de petróleo observado há quase dois meses. Em nota, o Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA), formado por Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Ibama, informou que novos resíduos não foram observados chegando à costa pelas equipes de monitoramento.
Devo entrar no mar?
Nessa sexta-feira (25), a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) divulgou uma lista de praias onde houve "detecção visual de óleo", e aconselhou que o banho deve ser evitado nestas área. Ao todo, foram 18 localidades.
No entanto, o Governo de Pernambuco recuou em relação à lista no sábado (26), e pediu bom senso à população na hora de decidir entrar no mar das praias do litoral do Estado que, em algum momento, foram atingidas pelas manchas de petróleo. Se o cidadão identificar resíduos da substância na água ou na areia, deverá evitar o uso. Caso não visualize, a recreação está liberada, mesmo que a praia conste da relação de balneários que foram atingidos pelo óleo.
Orientação do governo
Para se orientar sobre as praias contaminadas e ter uma informação atualizada, o Estado recomenda que as pessoas acessem as redes sociais do governo, que estão sendo alimentadas com as informações obtidas a partir dos três sobrevoos realizados diariamente por helicópteros da Secretaria de Defesa Social (SDS) e do Ibama nas praias do litoral pernambucano. Os sobrevoos acontecem às 6h30, às 12h e às 17h30. Além dos sobrevoos, há 12 equipes monitorando os locais por terra e quatro embarcações da Marinha do Brasil e de três empresas contratadas pelo Estado realizando as verificações a 16 e 5 quilômetros da costa.
Estado de emergência
Pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) pedem que o governo declare estado de emergência de saúde pública por causa da contaminação provocada por manchas de óleo que atingem praias do Nordeste. Em nota divulgada na sexta-feira (25), especialistas alegam riscos para "número expressivo de populações vulneráveis potencialmente expostas" e falta de orientação sanitária.
Para justificar o pedido , os especialistas enumeram uma série de razões. A primeira é que o óleo bruto ou petróleo apresentam "riscos toxicológicos" que "podem levar à morte por intoxicação" "Entre os componentes mais tóxicos estão o benzeno, tolueno e xileno. O benzeno é uma substância química cancerígena, pode causar má formação fetal e patologias graves e potencialmente fatais como câncer e aplasia de medula", afirmam. Segundo os cientistas, a absorção dessas substância pode acontecer desde por contato com a pele a até mesmo por inalação.
Esclarecimentos
O governo federal notificou 11 países cobrando esclarecimentos sobre 30 navios mapeados dentro da investigação sobre a origem do vazamento de óleo que atingiu diversas praias do Nordeste. A investigação conduzida pela Marinha trabalha com a tese de que o responsável teria sido um navio-tanque. A apuração inicial avaliou 1.500 embarcações e afunilou a análise para 30 veículos marinhos de 11 países. O comandante não detalhou que nações estariam neste grupo, mas disse que o requerimento pede informações para os governos para saber se têm conhecimento de algum acidente.
Monitoramento
O Comitê de Suporte ao monitoramento das manchas de óleo - formado pela Marinha, Ibama e pela Agência Nacional do Petróleo ( ANP), que integram o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA) - foi transferido neste sábado (26) do Rio de Janeiro para as instalações do Centro de Operações Conjuntas, na sede do Ministério da Defesa, em Brasília.
Segundo nota divulgada pela Marinha, a medida foi motivada pelo “aumento do efetivo empregado no combate às manchas de óleo no litoral nordestino e para a ampliação da capacidade de comando e controle de todas as ações que estão sendo desempenhadas pelos diversos órgãos componentes do Comitê de Suporte”.
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