Servidores da Universidade de Pernambuco (UPE) realizaram na manhã dessa quarta (05) uma paralisação de 24 horas para pressionar o governo estadual a dar respostas às reivindicações da categoria. Aproveitaram para denunciar problemas na infraestrutura da única instituição estadual de ensino superior. Com cerca de 20 mil alunos de graduação e pós, a UPE tem unidades acadêmicas no Recife e em Camaragibe, na Região Metropolitana, e em mais oito cidades do interior, além de três hospitais na capital pernambucana. Soma cinco mil funcionários e cerca de mil docentes.
“O governo deveria dar mais atenção à UPE. Os valores das gratificações estão congelados, não há incentivo à titulação dos funcionários, nosso Plano de Cargos e Carreiras é de 2007. Queremos reajuste salarial de 15%. Entregamos uma pauta ao Estado dia 24 de maio e não tivemos até hoje nenhuma resposta”, explica o presidente do Sindicato dos Servidores da Universidade de Pernambuco (Sindupe), Érico Alves.
A categoria se reuniu em frente ao Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), em Santo Amaro, área central do Recife, uma das unidades de saúde da UPE. Em assembleia, cerca de 50 servidores marcaram nova paralisação no dia 2 de agosto.
“No Huoc, o Pavilhão Carlos Chagas, do setor de pneumologia, está fechado há cinco anos. No Cisam (na Encruzilhada, Zona Norte), há uma UTI Neonatal montada e fechada. O Procape (em Santo Amaro, área central) sofre com superlotação. Nas unidades de ensino faltam computadores e pessoal, os prédios são velhos. Há câmpus no interior, como o de Caruaru, que funciona num local provisório, o Centro da Moda”, denuncia Érico Alves.
A dona de casa Mércia Trindade está no Procape acompanhando uma irmã, internada há três dias. “Não há maca. Ela está sentada numa cadeira. É muita gente internada, as pessoas ficam nos corredores”, comenta Mércia.
A reitoria da UPE informa que está prevista uma reforma no Pavilhão Carlos Chagas ainda este ano. Garante que mesmo com o local fechado a população conta com atendimento de pneumologistas em outro pavilhão. Assegura que não faltam curativos lá. A UTI Neonatal do Cisam não abriu ainda por falta de médicos. Houve uma primeira seleção, sem aprovados. Uma segunda foi aberta e o resultado sai segunda-feira. Haverá a contratação de sete neonatologistas. O Procape tem 33 leitos, mas a demanda excede quase três vezes sua capacidade.
A Secretaria de Administração diz que “em janeiro de 2017 foi firmado acordo com o Sindupe, contemplando os pontos mais importantes da pauta da categoria. Porém, o sindicato comunicou posteriormente que a proposta não seria mais aceita”, esclarece o órgão. “Nesse contexto, não há outra proposta a ser oferecida, além daquelas já acordadas em mesa de negociação. O governo do Estado continua disposto, como sempre, a dialogar”, complementa.