STF quer analisar suposta interferência de Bolsonaro em investigação de escândalo
Esse já é o quarto pedido de análise apresentado à PGR sobre a interferência do presidente nas investigações do MEC.
Nesta quarta-feira (6), a ministra Cármen Lúcia do Supremo Tribunal Federal (STF) apresentou para a Procuradoria Geral da República (PGR) um pedido de análise das ações do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação às investigações no Ministério da Educação (MEC).
A ação foi motivada pelas suspeitas de interferência de Bolsonaro nas apurações de corrupção do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). As denúncias dentro da autarquia ganharam destaque após o vazamento de áudios de Milton Ribeiro, o ex-ministro da Educação.
Nas gravações divulgadas, Milton relata priorizar a liberação de recursos do fundo vinculado ao MEC para pastores aliados, a pedido do presidente.
A relação do governante com o escândalo piorou ainda mais após interceptação da Polícia Federal. Em ligação grampeada, Milton declara ter sido alertado por um 'pressentimento' de Bolsonaro sobre uma possível busca e apreensão em sua casa.
A suposta premonição do presidente foi vista com desconfiança pelas autoridades, que suspeitam de uma interferência de Jair Bolsonaro na investigação realizada pela Polícia Federal.
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Esse já é o quarto pedido de análise apresentado à PGR sobre a relação do presidente com a operação no MEC. Sobre tal questão, a Advocacia-Geral da União (AGU) considerou que, por já haver inquérito sobre o tópico apresentado por Cármen Lúcia, o novo pedido seria configurado como duplicidade de investigação. Essa configuração exigiria o trancamento de um dos inquéritos apresentados.