Vinte e um municípios que fazem parte do Agreste Meridional pernambucano querem saber que iniciativas a cidade de Jucati, da mesma região, vem desenvolvendo para alfabetizar os seus alunos. O município é o que teve o melhor desempenho, no Estado, em leitura e escrita, na Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), realizada pelo Ministério da Educação (MEC) em 2016. A reunião, que acontecerá quinta-feira, em Garanhuns, foi articulada nesta segunda-feira (2) durante o Seminário Pernambuco pela Educação, promovido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC), com apoio da TV Escola e do Instituto Ayrton Senna.
“Nós, secretários municipais de Educação do Agreste, sempre trocamos experiências. Nos encontramos mensalmente. Desta vez, os colegas querem saber mais sobre os projetos de Jucati. Não há muito segredo e não é impossível obter bons resultados. Mas é preciso trabalho em equipe, persistência, ousadia e principalmente apoio do prefeito”, destacou a secretária de Educação da cidade, Eliza Lúcio. Ela foi uma das convidadas do seminário que aconteceu no auditório do Hotel Sesc, em Garanhuns. O evento contou com cooperação da Unesco, Fundaj e Sistema Fecomércio.
Conforme a ANA, Jucati teve 95% dos alunos com resultado satisfatório em leitura e 86% em escrita. “Investimos na formação dos professores, com um terço da aula atividade usada para capacitações. Erradicamos as turmas multisseriadas. Garantimos merenda e transporte de qualidade. E nossos melhores docentes estão nas turmas de educação infantil e alfabetização”, explicou Eliza, titular da pasta de Educação há 17 anos.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, participou do seminário. Também estavam presentes, como palestrantes, o presidente do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), Marcos Magalhães, e o secretário de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares.“Uma das chaves para a educação brasileira é a alfabetização, para que nossas crianças não acumulem tantas dificuldades e tantas deficiências. Jucati é uma referência absolutamente positiva e mostra que é possível fazer um bom trabalho. Temos no País 55% dos nossos alunos com desempenho insuficiente em leitura e matemática. No Nordeste é ainda pior, chega a 70%”, observou o ministro.
Em tom de despedida – ele deixará o MEC no final desta semana para concorrer nas eleições de outubro (não anunciou ainda para qual cargo) –, Mendonça fez um pequeno balanço de sua gestão na educação. Assumiu o ministério em maio de 2016. “A função de ministro da Educação, de todos os cargos públicos que já ocupei, foi a mais desafiadora e instigante. A educação precisa ser cada vez mais abraçada pela sociedade. Vou recomendar, a quem me substituir no MEC, que tenha atenção com Pernambuco”, comentou Mendonça. Ampliação das vagas de ensino integral, reforma do ensino médio e o plano de formação de professores foram algumas das ações citadas por ele.
Nesta terça-feira (03), Mendonça Filho entregará o texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio ao Conselho Nacional de Educação (CNE), em Brasília. A cerimônia está marcada para 15h.