Prometendo recuperar o ambiente de diálogo trincado pela radicalização dentro e fora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o novo reitor da instituição, Alfredo Gomes, inicia sua gestão à frente da universidade nesta segunda-feira (14), primeiro dia útil após a data oficial do início de seu mandato, que começou nesse domingo (13).
Graduado em Psicologia e mestre em Sociologia pela instituição que dirige a partir de agora, Gomes foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) na última quinta-feira (10) para um mandato de quatro anos.
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Em junho, ao lado do vice-reitor eleito em sua chapa, professor Moacyr Araújo, Alfredo Gomes visitou o Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) e afirmou que em sua gestão a UFPE buscará parcerias com outras universidades para dialogar com o governo Bolsonaro e evitar que novos contingenciamentos de recursos atinja a instituição. "Devemos nos unir às outras universidades federais para fazer um amplo diálogo com o governo federal para que não se materialize nenhum tipo de corte", disse.
Membro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Educação (ANPEd), da qual foi vice-presidente entre 2013 e 2015, Alfredo disse ainda que "as universidades federais são um patrimônio estratégico da sociedade brasileira, prestam um serviço de extrema relevância no processo de ensino, pesquisa, extensão e inovação" e que fará um esforço para demonstrar essa importância à sociedade.
Participação e diálogo
Durante a campanha eleitoral, o novo reitor da UFPE prometeu fazer uma gestão participativa e com diálogo. Para isso, o gestor disse que será instituído um fórum para acolher demandas dos campi da universidade, além de manter mesas de diálogo com estudantes, professores e técnicos administrativos. "Teremos o Fórum de Planejamento Estratégico para a consolidação dos campi do interior, um instrumento de gestão compartilhada. Também as mesas de diálogo e negociação com estudantes, professores e técnicos", falou.
Conheça outras ideias de Alfredo para UFPE:
- Ampliar os Restaurantes Universitários em Recife e Caruaru, além de construir um em Vitória;
- Criar uma política de capacitação contínua para professores;
- Renegociar a jornada de trabalho dos técnicos administrativos;
- Negociar com sistemas de transporte público mais ofertas para os campi da UFPE;
- Ampliar os itinerários de ônibus de circulação própria;
- Implantar programa especial para fomentar atividades de pesquisa;
- Fortalecer as políticas de assistência e permanência estudantil;
- Criar mecanismos para estimular a produção científica.
Assistência estudantil
Integrante do Conselho Universitário (Consuni) da UFPE, Gomes afirmou que reconhece as dificuldades enfrentadas pela gestão universitária, como as deficiências nos programas de assistência estudantil, como os Restaurantes Universitários (RU). "As universidades precisam se planejar para ter políticas de permanência e não só de acesso. Teremos que fazer um trabalho dentro da universidade para garantir o pleno funcionamento do Restaurante Universitário, no Recife. Temos também que ampliar a oferta de alimentação universitária no Recife e em Caruaru. Também em Vitória, que ainda não tem RU", falou.
"Vamos buscar verbas, sejam próprias, ou através de mais recursos do Programa Nacional de Assistência Estudantil, seja por emenda parlamentar ou outras iniciativas para, efetivamente, prover as condições da permanência qualificada do nosso aluno", completou.