Desfiles de pastoris e a tradicional queima da lapinha marcaram o encerramento dos festejos natalinos ontem na área central do Recife. A manifestação folclórica, que acontece no sexto dia de janeiro, Dia de Reis, lotou o Pátio de São Pedro, onde os grupos se apresentaram na noite de ontem. No Sítio da Trindade, em Casa Amarela, Zona Norte da capital, também houve comemoração. A festa ainda abre alas para o Carnaval.
A cerimônia teve concentração, às 18h, no Pátio do Carmo, onde as pastoras dançaram e entoaram músicas antigas ao som de uma bandinha natalina. O cortejo foi acompanhado por dezenas de pessoas até o Pátio de São Pedro. À frente dos pastoris, a lapinha, enfeitada com avenca, flores, incenso e folha de canela. “A queima da lapinha é um momento sempre emocionante e faz parte da minha vida desde a minha infância”, conta a coordenadora do Pastoril Estrela Brilhante, Cristina Andrade, responsável também pela confecção das manjedouras exibidas na festa.
Antes da incineração, se apresentaram os pastoris Estrela Brilhante, Lindas Ciganas, Jardim da Alegria, Estrela do Mar, Luz do Amanhecer, Tia Mariza, Rosa Mística dos Torrões, Aurora da Redenção e Menino Jesus da Vovó Bibia. Os grupos formaram um grande círculo e, como tradição, o público pode colocar os pedidos dentro da lapinha.
A dona de casa Adiles Maria da Silva, 67 anos, foi uma dessas pessoas. Ela faz parte do público assíduo dos festejos do Dia de Reis no Pátio de São Pedro. “Eu venho sozinha mesmo, mas não deixo de vir. Tenho muita fé em São José e todos os anos eu escrevo meu pedido num papelzinho e coloco na lapinha. E sempre sou atendida”, diz, com entusiasmo.
Após a queima da lapinha, o público caiu na dança embalado pelo som da Orquestra de Frevo Veneno, que encerrou a cerimônia. A secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, elogiou as apresentações e prometeu, para o ano que vem, mais apoio aos pastoris. “Precisamos dar melhores condições para os grupos se organizar e se apresentar”.