É realizada na manhã desta terça-feira (14) a primeira audiência do caso da morte do cirurgião Artur Eugênio de Azevedo Pereira, morto no dia 12 de maio. Serão ouvidas cerca de 60 testemunhas, que irão depor tanto pela defesa quanto pela acusação. A audiência de instrução é presidida pela juíza Inês Maria e teve início às 9h, no Fórum de Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. Não há previsão para o término da audiência.
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Quatro dos cinco indiciados pelo crime serão ouvidos. O médico Cláudio Amaro Gomes, 57 anos, apontado pela polícia como o mandante do crime; seu filho, o bacharel em direito Cláudio Amaro Gomes Júnior, 32; Lyferson Barbosa da Silva, 32; e o comerciante Jailson Duarte Cesar, 29, que teria intermediado o contato com os outros acusados, mas não participou da execução. O auxiliar de expedição Flávio Braz de Souza, que atirou na vítima, está foragido.
O motivo do crime seriam desavenças profissionais entre a vítima e o colega de profissão Cláudio Amaro, que chegaram a trabalhar juntos no Hospital das Clínicas (HC), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na época, chefiado por Cláudio. Artur já teria recebido ameaças feitas por Cláudio antes de morrer.
As investigações da polícia apontam que os criminosos seguiram a vítima na saída do Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP), em Santo Amaro, na região central, para onde o médico havia ido a fim de visitar um paciente. Imagens do hospital, recebidas pela polícia no dia seguinte ao crime, mostram Cláudio Júnior e outra pessoa dentro do carro à espera do médico. Outro suspeito entrou no carro momentos depois. Como o veículo falhou, eles não conseguiram abordar Artur. A ação foi abortada também após a saída do médico do Hospital Português, minutos mais tarde. Cláudio Júnior, Lyferson e Flávio só conseguiram abordar a vítima na frente do prédio onde morava, em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.
Na noite do dia 12, Lyferson e Flávio entraram no carro da vítima, enquanto Cláudio Junior seguiu em outro carro, um Celta, até o local do crime. De acordo com a polícia, Cláudio não participou da execução. O corpo de Artur foi encontrado sem identificação, na BR-101, em Comporta, Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. O carro dele foi achado totalmente queimado, na manhã seguinte, em um terreno na Guabiraba, Zona Norte do Recife.