Vaniela fugiu de casa e será indiciada por falsificação de documento

Mistério do desaparecimento da estudante de direito da UFPE foi resolvido e revelado pela Polícia Civil
Do JC Online
Publicado em 03/06/2015 às 11:25
Mistério do desaparecimento da estudante de direito da UFPE foi resolvido e revelado pela Polícia Civil Foto: Foto: Margarida Azevedo/ JC


O assunto que dominou os noticiários e redes sociais teve o seu desfecho nesta quarta-feira (3). A universitária Vaniela Oliveira Gomes da Silva, 26 anos, teria fugido por conta própria e passado os três dias de desaparecimento na cidade de João Pessoa, capital da Paraíba. A jovem saiu de casa na quarta-feira passada (27) e só foi encontrada no sábado (30) na BR-101, em Jaboatão dos Guararapes. O mistério do desaparecimento da estudante de direito da UFPE foi resolvido e revelado pela Polícia Civil. 

De acordo com a delegada Gleide Ângelo, responsável pelo caso, a jovem fez uso uma carteira de identidade encontrada por ela no Centro do Recife no ano passado. Vaniela Oliveira afirmou que pensou em entregar o documento nos Correios, mas esqueceu e, quando decidiu fugir, trocou a foto do RG por uma dela e usou a identidade adulterada.

A polícia informou que a jovem teria fugido "porque quis" pois estava passando por problemas familiares e psicológicos.  "Ela nunca cometeu um erro na vida e surtou", disse o delegado Neemias Falcão, coordenador de Força Tarefa do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). "Na quarta-feira (3), Vaniela foi lá no Fórum [de Jaboatão] entregar um documento e, quando tava atravessando a BR, para ir a um outro Fórum, sentiu uma vontade de desaparecer", disse  Gleide Ângelo.

"Ela disse que pegou um ônibus para o metrô do  Barro e seguiu para o TIP, onde comprou uma passagem para João Pessoa, local para onde já tinha ido três vezes. Da rodoviária foi para o bairro de Tambaú, que também conhecia. Vaniela disse que andou bastante e achou uma pousada onde se hospedou. Ela disse que saiu muito pouco, que só ia dar uma voltinha na areia", explicou a delegada. 

A estudante teria ficado na cidade até o sábado, quando, segundo Gleide Ângelo, teria sentido saudade da avó e peso na consciência. "A intenção dela era não voltar nunca mais, mas a saudade foi grande, ela decidiu voltar e fez o mesmo percurso", explicou a delegada. A jovem informou ter sacado R$ 400 no dia da fuga e ter pago R$ 50 por dia na pousada.

Vaniela será indiciada por falsificação de documento público, crime previsto no artigo 297. Caso condenada, ela pode pegar pena de dois a seis anos de prisão. Segundo Gleide Ângelo, a universitária ainda não será detida.

REDES SOCIAIS - A delegada responsável pelo caso informou ainda que os usuários que fizeram brincadeiras ou postagens na Internet sobre o caso poderão responder a processo. Aqueles que afirmarem que a universitária infringiu a lei de algum modo que ela não fez podem responder criminalmente por calúnia. Também podem responder por crime de difamação aqueles que fizerem comentários que ferem a honra da jovem. “Do mesmo jeito que Vaniela cometeu um crime ao utilizar o documento de outra pessoa, essas pessoas também vão responder”, concluiu. A investigação dessas postagens será feita pela Delegacia de Crimes Cibernéticos.

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