Centenas de pacientes que dependem de medicamentos fornecidos pelo Estado esperam atendimento na Farmácia de Pernambuco, localizada na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Boa Vista. Em protesto contra a falta de pagamento salarial do mês de julho, os 110 funcionários terceirizados da Farmácia cruzaram os braços no início da manhã desta sexta, mas retomaram o atendimento após chegada da Força Sindical. Os trabalhadores prometem paralisar as atividades a partir da próxima segunda-feira (24) caso o pagamento atrasado não seja efetuado.
"Como os vigilantes também estão sem receber, além da greve, eles abandonaram o posto e os outros funcionários ficam como medo de trabalhar sem segurança, porque quando não tem remédio os pacientes, em um ato de desespero, tentam agredir os atendentes. Em consideração às pessoas que vieram até aqui, o sindicato decidiu trazer 20 diretores para fazer a segurança dos trabalhadores hoje. Mas, se não tiver pagamento, segunda-feira não tem funcionário", explicou Rinaldo Lima, presidente do sindicato que representa a categoria.
"Dependo do remédio do Estado. Todo o mês venho e hoje fui pega de surpresa não sabia esse tumulto todo. Não sei como vou fazer se a farmácia fechar, pois comprar eu não posso, o remédio é muito caro", desabafa a dona de casa Lucilene Serafim da Silva, 39 anos, que saiu de Araçoiaba para pegar o medicamento para lupos na Farmácia do Estado.
"O sindicato patronal nos informou que o Governo deve R$ 200 milhões às mais de 10 empresas com que tem contrato e elas não têm condições de pagar as folhas de julho ou agosto", explicou o Rinaldo Lima, presidente do sindicato que representa a categoria, destacando que, na noite dessa quinta-feira (20), a empresa Adelin afirmou que não iria pagar por conta da dívida.
Apoiados pelo Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco (Stealmoiac) e Força Sindical de Pernambuco, os cerca de 12 mil terceirizados afirmam estar recebendo o pagamento dos salários com atraso desde o início do ano, a reclamação também se aplica ao tíquete alimentação e vale transporte. As empresas terceirizadas afirmam que não receberam o valor de repasse dos contratos com o governo e prefeitura.