Cerca de 62 mil pessoas são esperadas nos cemitérios do Recife

Prefeitura do Recife mobilizou 255 homens para limpeza dos cemitérios, que têm programação iniciada as 6h
Do JC Online
Publicado em 02/11/2015 às 5:40


O comerciário Rivaldo Fernandes, 47, e sua mulher, a doméstica Eugênia Gomes, 43, estiveram no Cemitério de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife, neste domingo (1º), para cumprir uma missão ingrata: preparar o túmulo do filho para ser visitado por toda a família, nesta segunda, Dia de Finados. Como eles, muitos – embora em menor quantidade do que a vista em anos anteriores – aproveitaram as vésperas do feriado para limpar, pintar, adesivar, colocar flores nos túmulos de familiares e amigos. E hoje vão cumprir o ritual de rezar, juntos, por seus mortos.

Para receber as cerca de 62 mil pessoas esperadas, somente nos cemitérios do Recife, foram mobilizados 255 trabalhadores na limpeza dos mesmos, segundo a prefeitura. Missas, culto evangélico, teatro e música fazem parte da programação do dia. O arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, irá celebrar a missa das 10h30 em Santo Amaro, e a das 16h no Parque das Flores. Haverá, ainda, o fornecimento de água, sombrinhas e cadeiras de roda na entrada dos cemitérios. 

Em cada túmulo, uma história a ser preservada. Os pais de Rivaldo José Fernandes Neto, morto em um acidente de moto aos 24 anos, tentam amenizar a dor de perdê-lo tão cedo com a lembrança de que seus órgãos ajudaram outras seis pessoas a viverem mais e/ou melhor. “Tenho certeza de que o coração dele está batendo em outra pessoa e isso me conforta”, diz o comerciário Rivaldo Fernandes, emocionado. “Ainda penso que ele está viajando e vai voltar a qualquer hora”, complementa sua mulher, Eugênia.

Há quem queira preservar, inclusive, histórias que admiram. É o caso da aposentada Terezinha Boulitreau, 60, que cuidava, no Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife, do túmulo do estudante de biomedicina Alcides do Nascimento Lins, morto aos 22 anos, em 2010, antes de concluir o curso em que entrou como primeiro colocado da rede pública na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

“Adotei o túmulo dele, foi uma história muito emocionante”, diz Terezinha. “Cuido também do da menina sem nome (enterrada como indigente, em 1970, a ela são atribuídas muitos milagres e seu túmulo é um dos mais visitados). Eu sempre alcanço as graças que peço a ela. E enquanto vida tiver vou manter viva a história dos dois”

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