Orgãos que defendem os Direitos Humanos em Pernambuco conseguiram uma liminar judicial para poderem ter acesso à Penitenciária Juiz Plácido de Souza, em Caruaru, no Agreste do Estado, nesta segunda-feira (1º). Na segunda-feira (27), a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o Conselho Estadual de Direitos Humanos, o Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) e o Comitê de Combate à Tortura foram barrados de visitar o local que foi palco de duas rebeliões por "questões de segurança".
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Na ocasião, segundo o presidente da comissão da Alepe, o deputado Edilson Silva (PSOL), nem mesmo a Defensoria Pública do Estado pôde entrar no local."É lamentável que o governo do Estado não permita que a gente entre para poder conferir se as denúncias de que existe falta de alimentação, de que os presos estariam sendo torturados e de que estaria havendo falta de alimentação e falta de água, que a situação seria ainda muito caótica. Existem denúncias de que o número de mortos não foi apenas seis", afirmou o deputado, em um vídeo divulgado no Facebook.
Na última tentativa de visita, Edilson afirmou que o objetivo era dar maior veracidade às informações, dar mais tranquilidade às famílias e ajudar a instrumentalizar as condições para cobrar do governo e do Tribunal de Justiça providências.
Rebeliões
A Penitenciária Juiz Plácido de Souza foi palco de duas rebeliões na última semana. O primeiro motim ocorreu no sábado (23) e só acabou após seis mortes e 18 feridos. A segunda rebelião só foi controlada na manhã do dia 25, depois que nove detentos foram feridos, seis deles em estado grave. Segundo o governo, não foram registradas fugas do local.
Também na última segunda (25), 100 presos que estavam na penitenciária foram transferidos para outras unidades do Estado. A Secretaria Estadual de Ressocialização (Seres) afirmou, na ocasião, que por questões de segurança não informaria para onde eles foram transferidos.