A tecnologia vai ajudar na proteção de mulheres vítimas de violência doméstica e familiar em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. Amanhã, o município lança um projeto piloto que disponibilizará botão de pânico a dez mulheres que tenham medidas protetivas expedidas pela Justiça. O dispositivo poderá acionar a Patrulha Municipal Maria da Penha (PMMP), a qualquer hora, em caso de ameaça. O investimento é de R$ 13 mil ao mês.
A secretária-executiva da Mulher de Jaboatão, Ana Selma dos Santos, explica que o botão de pânico é semelhante a um controle de portão, mas com maior resistência e à prova d’água. “As mulheres deverão ter o equipamento sempre junto ao corpo e quando acioná-lo ele emitirá um sinal sonoro para a base de monitoramento da patrulha, indicando sua localização e perfil. Então uma viatura será encaminhada ao local e o agressor deverá ser preso, uma vez que violou a medida protetiva. Dependendo da situação, a mulher poderá ser levada a um abrigo”, diz.
Uma vez acionado, o botão passa a gravar o áudio do ambiente e transmiti-lo em tempo real à PMMP. A gravação poderá ser usada como prova contra o agressor.
O município já adquiriu 50 botões, mas nos primeiros 15 dias fará os ajustes necessários nos procedimentos e irá ampliando o atendimento, gradativamente. Ontem, foi realizado um treinamento de pessoas envolvidas nesse atendimento. “Participaram cerca de 40 pessoas do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, da Polícia Militar, da Guarda Municipal e da Delegacia da Mulher”, destaca.
Segundo Ana Selma, no ano passado Jaboatão contabilizou cerca de 700 mulheres com medidas protetivas. “Mas nem todas precisam do botão. Estabelecemos alguns critérios, como a reincidência do agressor, se ele tem passagem pela polícia e o tipo de agressão”, esclarece. “A Justiça fará o encaminhamento ao Centro Maristela Just (que lhes dá apoio psicológico), onde as mulheres precisam ser cadastradas".
A secretária lembra que desde março o município atua com a Patrulha Maria da Penha, que acompanha essas mulheres tanto por meio de visita quanto por telefone. “O depoimento delas é de que, com essas ações, se sentem mais seguras e mais estimuladas a denunciar as agressões”. Os botões - sucesso no Espírito Santo - serão utilizados enquanto onsiderados necessários. Então serão repassados para outras vítimas.