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O Homem da Meia Noite vive momento inédito prestes a completar 85 anos

Pela primeira vez, o calunga saiu da sua sede para receber os trajes que utilizará no Carnaval

JC Online
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Publicado em 31/01/2017 às 22:39
Foto: Guga Matos/JC Imagem
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Às vésperas de completar 85 anos, o Homem da Meia Noite, uma das agremiações mais tradicionais do Carnaval de Olinda, recebeu pela primeira vez o traje que utilizará no Carnaval fora de sua sede. O calunga saiu do bairro do Bonsucesso na noite desta terça-feira (31) e seguiu para a comunidade de Xambá, onde recebeu a roupa com a qual desfilará pelas ruas da cidade patrimônio a partir da meia-noite do Sábado de Zé Pereira. Ele desceu com seus clarins e se encontrou com a boneca gigante de Mãe Biu, segunda yalorixá da Nação Xambá, falecida em 1993. A roupa não foi revelada - como de costume -, apenas alguns detalhes, como por exemplo a gravata, bordada com búzios, e a guia (espécie de colar usado por adeptos de religiões de matriz africana), que até então ele nunca usou.

"A grande novidade desse ano é a guia, que ele nunca havia usado anteriormente. Os detalhes da roupa a gente guarda a sete chaves, então só quem estiver na frente da sede, no Largo do Bonsucesso, à meia-noite do Sábado de Zé Pereira, vai poder ver esse traje que foi feito com tanto carinho", afirmou o presidente do Homem da Meia Noite, Luiz Adolpho. O traje deste ano foi encomendado ao grupo Bongar, ligado ao Terreiro de Xambá.

Em 2017, o calunga homenageia a cultura afro com o tema Negro Rei. Para Ivo de Xambá, babalorixá da Casa Xambá, o assunto foi levantando em um bom momento, quando, na sua visão, ações governamentais devem ser debatidas para a valorização da população negra no Brasil. "O governo fazer política pública não é uma questão de reparo para o povo negro, é uma questão de segurança pública, porque ou o governo faz isso ou dqui a cinco anos ele não vai ter onde construir cadeias. Esse é um país de negros. Nós viemos para esse País para ser escravizados. O governo tem que ressocializar essa comunidade, não com aumento do efetivo policial, não com repressão, mas sim dando educação e fazendo reparo social", comentou.

Se dizendo encantada pela imponência do gigante mais famoso de Olinda, a estudante catarinense Tailine Mendes, de 23 anos, afirmou que não troca o carnaval de Pernambuco por nenhum outro. "Isso aqui é completamente diferente do que se vê em qualquer outra parte do mundo. É lindo e cheio de energia. 

Terça Negra

No Recife, a noite foi de retomada para a Terça Negra, que já está em clima carnavalesco. Por volta das 20h30, O Maracatu Encanto do Pina subiu ao palco e se apresentou para um público inicialmente pequeno, mas que cresceu e encheu o Pátio de São Pedro, no bairro de São José, na área central da cidade. Durante a noite apresentam-se ainda a banda Afro Oba Nijé, o Coco das Estrelas e o Afoxé Obá Iroko.

Foto: Guga Matos/JC Imagem
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