O Porto Social, a aceleradora recifense de projetos sociais, agora marca presença também na África. A empresa fechou uma parceria com o Instituto Dorcas, responsável pela capacitação de diversos voluntários em várias cidades no entorno de Dakar, capital do Senegal.
Com a parceria, a equipe pernambucana irá transferir parte de sua tecnologia para Instituto Dorcas, para que eles possam expandir sua atuação pelo Senegal. Com isso, espera-se que o instituto possa se tornar uma referência para quem quer se tornar um empreendedor social em causas humanitárias.
"Nossa ideia é fortalecer o empreendedorismo social em vários países. Há muitos empreendedores atuando sozinhos, sem apoio, sem qualificação. Muitos trabalham em situações extremas e precisam de suporte para continuarem motivados. Afinal, são eles que estão mudando o mundo, com suas iniciativas voluntárias e não podemos deixá-los desistir", afirma Fábio Silva, presidente do Porto Social.
O Instituto Dorcas, que possui uma atuação semelhante, mas em menor escala, do Porto Social, foi criado pelo casal de pernambucanos José Carlos, um ex-empresário no ramo de informática, e Débora, ex-gerente do Banco do Brasil e professora de inglês. Os dois moram no Senegal há 3 anos e, por se apaixonarem pelo país, decidiram atuar na área do empreendedorismo social no país. Eles então criaram o Instituto Dorcas na garagem da casa onde moram, em Dakar.
O instituto surgiu como uma escola de informática básica e manutenção de computadores e também de Francês para estrangeiros. Débora ainda alfabetiza as mulheres de comunidades carentes, que nunca tiveram a oportunidade de estudar. No entanto, o projeto acabou ganhando uma atuação ainda maior.
"Vários voluntários de projetos sociais e igrejas nos pediam para ir até a comunidade onde eles atuam para dar os cursos para as pessoas de lá. Como não tínhamos tempo para atender a todos, pedimos que eles enviassem pessoas para que pudéssemos capacitá-las aqui e elas mesmas multiplicariam o conhecimento na comunidade. Eles ficaram impressionados. As pessoas aqui não fazem isso. Não compartilham conhecimento. Não dividem suas experiências. Foi quando percebemos a necessidade de, não só ajudar as pessoas, mas de fazer com que elas também se tornassem propagadoras das habilidades que tem", explica Carlos.
Com a parceria com o Porto Social, Carlos espera que o Instituto Dorcas possa contribuir ainda mais no compartilhamento de conhecimento. "Nós sempre entendemos que compartilhar conhecimento é um caminho para ajudar as pessoas. Essa parceria com o Porto Social vai nos fortalecer e ajudar a encorajar novas pessoas a cuidar de quem precisa", reconhece Jose Carlos.