Nesta quinta completa um mês da morte da fisioterapeuta Tássia Mirella Sena de Araújo, de 28 anos, assassinada a facadas dentro do flat onde morava em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, na manhã do dia 5 de abril. A data será marcada pela celebração de uma missa para familiares e amigos na capela do Colégio Damas, no bairro das Graças, Zona Norte do Recife, às 19h. O suspeito de cometer o homicídio, o vizinho Edvan Luiz da Silva, 32 anos, está preso desde o dia do crime.
No Facebook de Mirella, ainda são postados desabafos de dor e saudade. “A saudade cada dia aumenta mais e mais, dói tanto, mais tanto, que sangra no meu peito. Os dias vão passando e só aumenta a dor!”, declarou a mãe da fisioterapeuta, Suely Araújo, em postagem do dia 1º. “Só Deus e o tempo para amenizar um pouco dessa dor”.
A jornalista Milena Rubens, 34 anos, amiga de Mirella, diz que a família tenta retomar o ritmo do dia a dia, mas com muita dificuldade. “Trinta dias não é nada, é tudo muito recente”, comenta. “Mas em termos de mobilização não há muito o que fazer. Continuamos acompanhando tudo e esperando que a justiça seja feita”.
A polícia concluiu que o crime teve cunho sexual. Edvan foi indiciado, no dia 12 de abril, por estupro e homicídio triplamente qualificado motivo torpe, sem chance de defesa da vítima e feminicídio. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) acrescentou “emprego de meio cruel” às qualificações e encaminhou a denúncia à Justiça no dia 25 de abril.
De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o processo está na 3ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, em fase de citação do acusado, que terá dez dias para apresentar defesa, após devolver o mandado. A partir daí começam as audiências de instrução.
Edvan está no Presídio de Igarassu e seu advogado anunciou que entraria com pedido de habeas corpus, nos próximos dias, alegando que ele é réu primário, tem residência fixa e não representaria nenhum perigo à sociedade.
Apesar da conclusão do inquérito, o delegado Francisco Océlio deu seguimento às investigações para apurar suspeita de que a mulher de Edvan teria ido ao apartamento, após o isolamento da área, para buscar a faca com a qual ele cometeu o crime. “Mas até agora não conseguimos constatar isso. E, na verdade, não tem muita importância. Porque a lei é benevolente e se ela tiver ocultado provas a lei permite que não seja punida”, declara.
Mirella foi morta por volta das 7h da manhã, horário em que os vizinhos ouviram gritos e a polícia foi acionada. Seu corpo estava no meio da sala, despido, com um corte profundo no pescoço e outro na mão, indicando que tentou se defender. A perícia encontrou DNA de Edvan sob as unhas da vítima. O sangue que levava até o apartamento dele e encontrado em sua blusa também eram da fisioterapeuta.