Recife comemora os 87 anos do primeiro pouso do Zeppelin na cidade

O Graf Zeppelin sobrevoou a cidade de 1930 a 1937 e atracava numa estação construída no bairro do Jiquiá
Cleide Alves
Publicado em 17/05/2017 às 8:08
Foto: Foto: Acervo / Jobson Figueiredo


Muito provavelmente, poucas pessoas que estão lendo esta reportagem acompanharam as viagens do Graf Zeppelin ao Recife. O dirigível pousou mais de 60 vezes na capital pernambucana, na distante década de 30 do século 20. Mas se você é curioso e quer saber mais sobre o assunto, vá ao Museu da Cidade do Recife próximo domingo (21) para conhecer a história da aeronave alemã em forma de cilindro que atracou pela primeira vez na terrinha em 22 de maio de 1930.

O museu vai celebrar o aniversário de 87 anos do primeiro pouso do Zeppelin no campo do Jiquiá, na Zona Oeste do Recife, com lançamento de três livros e exposição de objetos originais da época dos dirigíveis. Todas as peças exibidas pertencem ao escultor e produtor cultural Jobson Figueiredo. A festa começa a partir das 16h e a mostra ficará em cartaz de 21 de maio a 21 de junho de 2017, com entrada franca.

Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Graf Zeppelin passando pela Rua da Aurora, no Centro do Recife, na década de 1930 - Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
O dirigível Zeppelin saía da Alemanha e levava três dias para chegar o Recife - Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
A viagem do Graf Zeppelin ao Recife é anunciada à população pelo Jornal A Notícia - Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
A primeira estação aeronáutica para dirigíveis da América do Sul foi construída no Jiquiá, no Recife - Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Desembarque de passageiros do Zeppelin na estação aeronáutica para dirigíveis do Jiquiá, no Recife - Foto: Acervo / Jobson Figueiredo
Foto: Carl Bruer
Da janela do Hotel Central, no bairro da Boa Vista, se avistava o campo do Jiquiá na década de 1930 - Foto: Carl Bruer
Foto: Igor Colares
Da janela do Hotel Central, em foto comparativa de 2017, a paisagem aparece tomada por prédios - Foto: Igor Colares

 

“Vou apresentar parte da minha coleção, são objetos raros que venho reunindo há mais de 18 anos para montar um museu”, diz Jobson Figueiredo. O público verá o elmo de um empregado da empresa que administrava o Zeppelin, porcelana usada a bordo, selos de 49 países diferentes com imagens dos dirigíveis, bússola e estereoscópios (equipamentos que podem ser considerados o avó do 3D), entre outras peças.

O evento é organizado pela empresa de Jobson Figueiredo, a Poço Cultural, numa parceria com a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe). Além dos objetos ligados à era dos dirigíveis, a exposição Zeppelin: Recife-Rio é composta de imagens das aeronaves – comparadas a baleias e charutos pelo desenho volumoso, comprido e redondo – cruzando o Rio de Janeiro e o Recife, cidades onde pousavam no País.

LIVROS

Enquanto a mostra ficar em cartaz, os três livros estarão à venda no museu, localizado no Forte das Cinco Pontas, bairro de São José, no Centro. A publicação No Céu do Rio – Registro histórico do Zeppelin no Rio de Janeiro é assinada por Jobson Figueiredo, Igor Colares e Helton Cezário. Foi lançado pela primeira vez ano passado em comemoração aos 80 anos de fundação do hangar construído na Cidade Maravilhosa para reparos nos dirigíveis.

O livro Com o Dirigível “Graf Zeppelin” para Pernambuco, é o diário escrito pelo engenheiro, sociólogo e antropólogo alemão Carl Bruer e publicado em 1931 na Alemanha. “Ele faz um relato de sua percepção da pobreza do Recife e de Olinda e de como ele vê o povo”, diz Jobson Figueiredo. O diário, lançado pela primeira vez na língua portuguesa, tem fotos do autor.

Hospedado no Hotel Central (Avenida Manoel Borba, na Boa Vista), Carl Bruer fotografou a cidade pela janela do apartamento. Igor Colares voltou ao mesmo local e fez imagens atuais, mostrando a mudança na paisagem. “É um bônus que colocamos no livro”, afirma Igor Colares. Do hotel se avistava o campo do Jiquiá, como o alemão registra na foto. Hoje, só há prédios.

Zeppelin no Recife, a terceira publicação, ganha nova edição com acréscimo de texto e imagens. As aeronaves, vindas da Alemanha, pousaram no Recife de 1930 a 1937. O Hindenburg fez apenas seis viagens. Da primeira estação aeronáutica para dirigíveis construída na América do Sul, no campo do Jiquiá, resta a torre de atracação, a única ainda de pé no mundo.

O Museu da Cidade do Recife funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 17h.

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