Trazer ao conhecimento geral o problema da exploração do trabalho infantil é um dos instrumentos-chave no combate a essa prática criminosa e campanhas publicitárias são uma das principais armas na conscientização do público. Por isso, um dos desafios da Superintendência Regional do Trabalho em Pernambuco é lançar luz sobre essa questão por meio de envolvimento da sociedade civil, de políticos e de times de futebol. Hoje, data que marca o Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, a programação começa cedo.
Às 6h desta segunda-feira (12), haverá panfletagem na Praça do Derby. No Shopping RioMar haverá um cartaz com a campanha “Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil”. Para capilarizar o tema, a proposta é percorrer as Casas Legislativa do Estado e conversar com os parlamentares sobre o tema.
O superintendente regional do Trabalho em Pernambuco, Geovane Freitas, defende que a alternativa mais eficaz para frear a presença de crianças no trabalho infantil é não desviar o olhar e denunciar. “É importante conscientizar a família e os pais e dizer que aquilo é errado. Lugar de criança é estudando ou brincando e não trabalhando no sinal, na venda ou na feira”, afirmou.
A situação requer ainda mais atenção por causa da quantidade acidentes envolvendo os pequenos. Os dados do Ministério da Saúde apontam que, entre 2007 e 2016, 22.349 foram vítimas de acidentes do trabalho. Nesse período, 552 crianças e adolescentes tiveram a mão amputada, 994 sofreram fraturas do punho e da mão, 631 tiveram traumatismos no tornozelo e nos pés e 200 morreram no ambiente de trabalho.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD 2015) revelam que 3,3 milhões de pequenos brasileiros estão no trabalho infantil. Em Pernambuco, são 109 mil crianças e adolescentes nesta situação. No Grande Recife, já se tornaram corriqueiras as cenas de crianças trabalhando no comércio ambulante, nas feiras livres, nas borracharias e em pequenos estabelecimentos.
Para Geovane Freitas, o aumento do desemprego é outro fator que tem reflexo imediato no trabalho infantil. “Muitas vezes as crianças entram no mundo do trabalho como complementação da renda familiar, sujeitas à uma jornada de trabalho exaustiva, evasão escolar e até captação para o tráfico e prostituição. Queremos que essa campanha alcance uma maior número de pessoas e que possa contribuir para uma mudança de cultura, quebrando os mitos sobre o trabalho de crianças e adolescentes”, enfatizou.