Margens do Canal do Arruda estão cedendo

Problema existe em seis trechos do canal, três no lado do Arruda e três em Campo Grande. Emlurb isolou áreas com gelos-baianos
Da editoria de Cidades
Publicado em 28/06/2017 às 7:15
Problema existe em seis trechos do canal, três no lado do Arruda e três em Campo Grande. Emlurb isolou áreas com gelos-baianos Foto: Foto: Diego Nigro / JC Imagem


Não bastasse a espera por uma prometida requalificação que pouco avançou, moradores que vivem próximos ao Canal do Arruda, nos bairros do Arruda e Campo Grande, Zona Norte do Recife, preocupam-se agora com o desgaste das margens do curso-d’água, na Rua Professor José dos Anjos. Em seis trechos (três de cada lado), entre as Ruas Jerônimo Vilela e Petronila Botelho, as laterais cederam. Para evitar acidentes, a prefeitura isolou as áreas com gelos-baianos, colocados dois meses atrás. Outro problema recorrente no local é a grande quantidade de lixo descartado pela população.

O empalhador Sony Raposo, 61 anos, mora e trabalha em Campo Grande há cerca de duas décadas. Não acredita que o canal será totalmente requalificado e critica o desgaste nas margens. “O que se gastou nessa obra não está no gibi. E fizeram pouca coisa. Começaram a ajeitar mas pararam. A promessa era ter até pista de cooper”, diz Sony. Quase em frente à sua residência fica o trecho mais extenso com gelo-baiano, aproximadamente cem metros. “É ruim para quem anda pelas margens, pois não tem espaço”, observa Sony.

O operador de máquinas Amarinho Gomes, 68, lembra do tempo em que pescava peixe mororó no Canal do Arruda. Também vive em Campo Grande há mais de 20 anos. “Agora é só esgoto, água suja e muito lixo. Para piorar, a beira do canal está caindo. Colocaram os gelos-baianos mas não vieram consertar”, comenta Amarinho. “Promessa tem muita, mas cumprir que é bom, nada”, complementa.

No lado de Campo Grande existem mais dois trechos com as margens danificadas, um com cerca de 20 metros (em frente ao imóvel de número 181) e outro com 10 metros na área onde a prefeitura começou a construir um conjunto habitacional (a obra está paralisada). No lado do canal situado no bairro do Arruda, o trecho mais crítico, com uns 60 metros de extensão, fica perto do cruzamento das Ruas José dos Anjos e Desenhista Eulino Santos. Há mais dois, com 30 metros e 10 metros.

A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) informa que os gelos-baianos foram instalados no fim de abril. Está sendo estudada uma solução para o desgaste das margens e que os detalhes serão disponibilizados após a conclusão desse levantamento. O órgão explica ainda que está atuando na captação de recursos para executar o serviço.

SEM VERBA

Para requalificar o Canal do Arruda, a gestão municipal necessitará de R$ 83 milhões. A Empresa de Urbanização do Recife (URB) informa que realizou a limpeza do local, com a reposição e instalação de placas de revestimento, e a dragagem do primeiro trecho da intervenção (da Avenida Norte até a Avenida Beberibe). Para fazer esses serviços foram investidos R$ 9,2 milhões.

O restante do projeto de requalificação, paralisado desde setembro de 2015, não tem previsão de ser executado por falta de dinheiro. A URB garante que a “prefeitura está empenhada na retomada da intervenção e vai continuar buscando recursos para concluir os demais trechos do canal”. Está programada a construção de três áreas de lazer elevadas sobre o canal, com praças e quadras esportivas, 7,4 quilômetros de ciclovias, 2,5 quilômetros de pista de cooper, quiosques, além de passeio público e passarelas para pedestres.

Sobre a sujeira, a Emlurb explica que a coleta domiciliar na Avenida José dos Anjos é realizada diariamente. Além disso, os entulhos descartados irregularmente às margens do canal são removidos em operações que acontecem de três a quatro vezes por semana, de forma manual ou mecanizada (com pá mecânica). A última limpeza do canal aconteceu em fevereiro.

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