Santa Cruz do Capibaribe lidera entre as cidades com mais roubos

Recife fica em segundo lugar na estatística dos seis primeiros meses de 2017
Felipe Vieira
Publicado em 19/07/2017 às 7:17
Recife fica em segundo lugar na estatística dos seis primeiros meses de 2017 Foto: Divulgação


Cinco das dez cidades pernambucanas onde foram registradas as maiores taxas de crimes contra o patrimônio (mais especificamente roubos) no primeiro semestre de 2017 estão no Agreste do Estado. O primeiro lugar é de Santa Cruz do Capibaribe, famoso polo de confecções localizado a 190 quilômetros do Recife. Também figuram na lista Caruaru, Toritama, Agrestina e Bezerros. Outros quatro municípios do ranking estão na Região Metropoltana da capital – o próprio Recife, segundo lugar geral, além de Olinda, Igarassu e Camaragibe. Lagoa de Itaenga, na Zona da Mata Norte, completa o rol das dez cidades onde mais se registraram roubos nos seis primeiros meses deste ano.

Santa Cruz do Capibaribe tem uma taxa de 1.542,2 ocorrências por grupo de cem mil habitantes, a maior do Estado no primeiro semestre, seguida do Recife, com 1325,1, e de Caruaru, com 1230,6. Mas, ao contrário do que se possa imaginar em um primeiro momento, as investidas criminosas na capital da Sulanca não têm como objeto carregamentos de roupas ou dinheiro vivo de comerciantes e clientes. “Cerca de 70% dos roubos registrados na cidade são para subtração do telefone celular. Boa parte do restante é relativo a motocicletas”, explica o secretário municipal de segurança, Manoel Sena.

CELULAR


Segundo ele, o destino dos aparelhos de telefone roubados nas ruas de Santa Cruz não é diferente daquele observado nos grandes centros urbanos. “O celular vira moeda de troca para a aquisição de crack”, afirma. Apenas a Guarda Civil Municipal de Santa Cruz apreende, mensalmente, uma média de 30 motos e ciclomotores (cinquentinhas) roubados, de acordo com o secretário. A corporação está finalizando o processo para armar os 73 agentes, o que deve acontecer até o final do ano.


“A movimentação econômica da cidade atrai muitas pessoas para consumir, e, infelizmente, as que vêm roubar”, diz o tenente-coronel José Aleixo, comandante do 24º Batalhão de Polícia Militar, que atende o município. A pujança econômica da cidade, no entanto, parece não ser para todos, provocando reflexos diretos na criminalidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 31% da população de Santa Cruz do Capibaribe tem rendimento mensal per capita até meio salário mínimo, e apenas 15,7% está ocupada.


De acordo com o comandante do 24º BPM, o combate aos crimes contra o patrimônio em Santa Cruz está sendo realizado por etapas. “Existia um grande número de ocorrências em escolas. Reforçamos o patrulhamento nas áreas desses estabelecimentos e houve uma grande redução. Agora o foco é em rondas nas áreas de comércio, no horário comercial, que é quando são realizados a maioria dos roubos”, explica. O tenente-coronel avisa que o batalhão está aberto à sociedade e que as denúncias podem ser feitas pelos telefones (81) 3759-8200 e 3759-8201.


Em nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) explica que no mês de junho, os dados de Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP) atingiram o menor registro do ano. No total, foram 9.624 ocorrências, uma queda de mais de 11% em relação a maio, que contabilizou 10.912 registros.


“Importante ressaltar que nesses primeiros meses de 2017, o trabalho integrado das polícias Civil e Militar possibilitou a apreensão de 2.331 armas de fogo e a realização de 7.684 prisões, em todo o Estado de Pernambuco. Em junho também se registrou uma estabilização em alguns tipos de ocorrências, como roubos a ônibus, agências bancárias, arrombamento de caixas eletrônicos e assaltos a carros fortes”, prossegue a nota da SDS.

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