Parceria para ordenar ambulantes e recuperar praça em Santo Amaro

Praça ganhará fonte e Hospital de Câncer terá 24 quiosques para comerciantes
Cidades
Publicado em 03/08/2017 às 19:24
Praça ganhará fonte e Hospital de Câncer terá 24 quiosques para comerciantes Foto: Felipe Jordão/JC Imagem


Reaberta no ano passado sem ter tido sua reforma concluída após mais de dois anos fechada, a Praça General Carlos Pinto, em Santo Amaro, área central do Recife, voltou a ser cercada por tapumes, com promessa de um novo projeto de revitalização, que inclui fonte e maior área verde. Também está previsto o ordenamento do seu entorno, até o final do ano. Os planos são de realocar 24 comerciantes situados entre o Shopping Tacaruna e o Hospital de Câncer para uma praça de alimentação dentro da unidade de saúde. As duas obras serão executadas por meio de parceria com os shoppings Tacaruna e Plaza.

Enquanto o ordenamento não chega, pedestres são obrigados a driblar vários obstáculos e caminhar na rua por falta de calçada, ocupadas de um lado pelo comércio e do outro pelos tapumes. E nem dá para ser no canto da rua, pois as vias que contornam a praça também estão tomadas por camelôs e veículos, muitos em fila dupla. Alguns são de pessoas que oferecem transporte se apresentando como motoristas do aplicativo Uber.

À noite, espetinhos se aglomeram na saída do shopping, dificultando ainda mais a circulação de motoristas e pedestres. “É muito perigoso andar por aqui à noite, fica cheio de maloqueiro, tem gente consumindo droga, chegar ao ponto de ônibus é uma dificuldade, eu nem me arrisco mais”, diz uma senhora de 71 anos que preferiu não se identificar.

Os ambulantes que ainda não sabem se serão contemplados com um dos quiosques na praça do hospital estão preocupados com o futuro e já realizaram dois protestos. “Meu pai trabalha com espetinho aqui há mais de 15 anos, eu montei um fiteiro há três anos por necessidade. Tenho cinco filhos, preciso tirar o dinheiro do alimento. Deveriam nos dar opção de onde trabalhar”, apela Vanessa Silva Gomes, 32 anos.

Já Wagner Emídio, que há 19 anos vende alimentos em frente ao hospital, está confiante. “Faz muito tempo que prometem esses quiosques, mas dessa vez sai”, afirma. Cliente dele e paciente da unidade de saúde, a dona de casa Marluce Augusta, 47, aprova a ideia da praça. “Iria melhorar a higiene, qualidade e organização. Onde está não é adequado”.

PROJETOS

O secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, explica que quando o novo prédio do Hospital de Câncer foi construído previa oito quiosques, que foram iniciados, mas era pouco para os comerciantes da área. “Só dava para os que ficavam junto ao muro. Adquirimos uma casa ao lado, derrubamos e estamos ampliando para 24 quiosques”.

O gestor explica que serão realocados na praça os comerciantes mais antigos, já cadastrados, inclusive vendedores de espetinhos. “O restante ainda estamos avaliando, mas vai ficar bom para todo mundo. A praça será revitalizada, camelôs terão sua oportunidade de trabalhar, taxistas serão organizados. Há pessoas que reagem, qualquer mudança de renovação urbana tem contestações, mas aquela área está muito tumultuada e vamos organizar tudo”, garante.

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