PM reforça patrulhamento na Avenida Agamenon Magalhães

Policiais foram deslocados de outros batalhões do Grande Recife
JC Online
Publicado em 31/08/2017 às 7:14
Policiais foram deslocados de outros batalhões do Grande Recife Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


Desde a última terça-feira (29), o policiamento da Avenida Agamenon Magalhães – uma das principais vias do Recife – foi triplicado, segundo a Polícia Militar. Anunciado ontem, o reforço foi a forma encontrada pela corporação para enfrentar uma das maiores queixas de pedestres e motoristas que circulam, nos dois sentidos, pelos cinco quilômetros da avenida: os assaltos praticados por criminosos que se infiltram entre os vendedores ambulantes que trabalham no local.

De acordo com a PM, 60 pessoas foram presas por roubos na via entre janeiro e julho deste ano (58 no mesmo período em 2016). No último dia 28, o comando do policiamento metropolitano finalizou um diagnóstico da violência no local. “Identificamos 97 ambulantes, a grande maioria de pessoas que estão ali apenas para ganhar o pão de cada dia. Mas, infelizmente, há os que se aproveitam da situação para delinquir”, diz o chefe da Diretoria Integrada Metropolitana (DIM) da PM, coronel Ricardo Barbosa.
Ele explica que os policiais serão distribuídos ao longo dos cinco quilômetros da Agamenon, com especial atenção ao trecho considerado crítico – os dois quilômetros de extensão entre a descida do Viaduto Capitão Temudo (sentido Centro) e o cruzamento com a Rua Joaquim Nabuco, nas proximidades do Hospital da Restauração, bairro do Derby.

O policiamento ordinário será reforçado por unidades especializadas da PM, como Batalhão de Choque e Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente (Cipoma). Militares à paisana também circularão pela avenida, segundo o coronel Ricardo Barbosa.

O reforço na Agamenon, no entanto, terá um custo para outras áreas do Grande Recife. Nove dos onze quartéis da PM no da área metropolitana – cinco na capital e seis nas demais cidades, cederam militares para os dois batalhões que patrulham o entorno dad Avenida: o 16° BPM (no sentido Olinda) e do 13º BPM (sentido Zona Sul). A quantidade não foi revelada, mas a corporação fala em sacrifício necessário.

PERFIL

Segundo o comandante da DIM, a junção de tráfego intenso, retenção de veículos, comércio informal e grande fluxo de pessoas – principalmente no horário de pico da noite – oportuniza a prática de assaltos na Agamenon Magalhães. O perfil dos assaltantes também foi identificado pela corporação. “Não é diferente do que se observa em outros locais. São, na maioria, homens jovens, oriundos das periferias e com algum envolvimento com o tráfico de drogas, que roubam para sustentar o vício ou pagar dívidas”, diz o coronel. Boa parte deles, segundo o oficial, utiliza simulacros de arma de fogo confeccionados com tubos de PVC envoltos em fita isolante preta.


Embora esteja apostando todas as fichas no reforço do patrulhamento, a PM deixa claro que a questão da Agamenon Magalhães não é apenas um caso de polícia. “Envolve outros setores do serviço público. Já recebemos uma sinalização positiva da prefeitura no sentido de ordenar o local. Teremos reuniões em breve para tratar dessa questão”, finaliza.

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