'Perguntaram se a mancha no braço de Remís era de caneta' diz amiga

A amiga Jéssika Alves acompanhou Remís na Delegacia da Mulher há um mês, e afirma que o tratamento dado a estudante de pedagogia foi ruim
JC Online
Publicado em 24/12/2017 às 11:28
Foto: Foto: Diego Nigro/JC Imagem


A prisão do pedreiro Paulo César de Oliveira, 25 anos, que confessou o assassinato da estudante de pedagogia Remís Carla, 24 anos, não sossegou os familiares e amigos da jovem. Jessika Alves, amiga próxima de Remís, disse que ela era uma pessoa sempre alegre com todos. "Remís nunca reclamava de nada, nunca estava triste e sempre foi ativa na militância em defesa das mulheres, disse.

Jéssika e Remís se conheceram em um movimento estudantil em 2014. Ela disse que a amiga era amada por todos ao seu redor. "Era uma pessoa muito doce, amada pelos amigos e no trabalho. Era uma pessoa responsável. É uma perda que não conseguimos sustentar", desabafou Jéssika.

A amiga esteve presente com Remís quando a estudante foi à Delegacia da Mulher pedir uma medida protetiva há cerca de um mês. Contudo, não obteve sucesso. "Tivemos um tratamento muito ruim, não só na delegacia, como no próprio IML. O médico legista chegou a perguntar se a marca no braço dela não era de caneta, se ela não tinha forjado um hematoma. Neste momento, ela já pedia por ajuda", afirmou.

Amigos da estudante de pedagogia realizaram uma homenagem no seu sepultamento na manhã deste domingo (24), no Cemitério Campo Santo, na cidade de Paulista, no Grande Recife. "Vamos fazer uma homenagem no seu sepultamento em honra de tudo que ela lutou a vida inteira", disse Jéssika.

A polícia localizou o corpo da estudante Remís Carla no sábado (23) à tarde, enterrado no loteamento Nova Morada, no bairro de Caxangá, na Zona Oeste do Recife, a cerca de 400 metros da casa do pedreiro Paulo César. Ela havia desaparecido no domingo passado (17). De acordo com a polícia, a jovem morreu por asfixia nesse mesmo dia.

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