Fogos de artifício não precisam ser um pesadelo para cães

Com a proximidade da virada, donos de bichinhos de estimação ficam preocupados. Mas técnicas podem amenizar o medo dos animais
JC Online
Publicado em 29/12/2017 às 6:48
Com a proximidade da virada, donos de bichinhos de estimação ficam preocupados. Mas técnicas podem amenizar o medo dos animais Foto: Foto: Luisi Marques


A tradição dos fogos de artifício durante a virada de ano novo é motivo de preocupação para donos de cães e gatos. Em geral, os animais ficam assustados e podem desenvolver traumas. É o caso de Gilbert, um yorkshire que sofre com o barulho. “Ele fica bem nervoso. Já chegou a se esconder embaixo do fogão. Qualquer cantinho que ele consegue, se enfia para se proteger”, contou a dona de Gilbert, a universitária Ulle Ráfaga, 23 anos. A boa notícia é que existem técnicas para amenizar o sofrimento dos bichinhos, como associar o estampido a estímulos positivos ou tentar abafar o estrondo com sons agradáveis.

O psicólogo canino Nahum Anselmo diz que a preocupação maior é com os cachorros, porque a audição dos cães capta ruídos numa intensidade quatro vezes maior que a nossa, razão para o medo dos fogos. Os gatos também tem audição mais aguçada que o ser humano, mas com intensidade menor que os cães, por isso, talvez, não fiquem tão apavorados. Mesmo assim, alguns cuidados são importantes na hora dos estouros. Uma estratégia simples que tem dado certo para acalmar animais e pode ser utilizada para cães e gatos é o uso de sons da natureza. Na internet, há várias opções, como água de cachoeira, passarinhos cantando, chuva ou ventania.

De acordo com Nahum, no caso dos cachorros, o estímulo positivo é tudo que for agradável a eles, como brinquedo, petisco, ossinhos espalhados pela casa para distrair o cão e até mesmo um afago. “Se o cão é muito sensível, pode-se abafar o barulho colocando um chumaço de algodão no ouvido, para que não seja tão forte o estampido. Durante a virada, o dono pode acrescentar essa intensidade aos poucos, sempre com estímulos positivos. Ouviu um estampido, ganha um petisco, outro estampido, vai para o colo do dono. Ele vai começar a associar e até gostar de ouvir”, explicou.

Um detalhe importante é não mudar de comportamento bruscamente na frente do cachorro durante os fogos. “Se o cão entra em pânico e o dono também, só piora a situação”, destacou o psicólogo. E se não houver opção e os bichos tiverem que ficar em casa sozinhos na virada? O psicólogo alerta para a necessidade de redobrar os cuidados e observar, por exemplo, se existe algum lugar por onde o bicho pode sair correndo desesperadamente, se enganchar ou se enforcar. O ideal, diz ele, é não deixar os animais desacompanhados, mas se não for possível, ligar um som agradável no ambiente e recorrer ao chumaço de algodão no ouvido podem amenizar.

A família da professora da Universidade Federal de Pernambuco Thereza Soares, 47, não vai arriscar. A noite de ano novo será em casa com os cachorros, mesmo o esposo dela sendo um sueco que pela primeira vez passará o réveillon no Recife. Andreas Domeij, 41, mudou-se para a cidade em outubro e trouxe Saly, uma vira-lata sueca de três anos. Thereza tem Ares, um vira-lata italiano de 13 anos. O casal abrirá mão dos fogos e da praia para cuidar dos pets. “A partir do momento em que você adota um animal, você assume a responsabilidade. Não conseguíramos ficar tranquilos. A gente prefere ficar com eles e tentar distraí-los da melhor forma possível”, enfatizou. "O que eu faço em geral é ficar em um quarto com o ar-condicionado ligado, janelas e porta fechadas e televisão ligada", completou.

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