Duas adolescentes de 13 e 14 anos foram socorridas para a Unidade Pronto Atendimento (UPA), após desmaiarem na sala de aula de uma escola municipal de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, na manhã desta quinta-feira (30). De acordo com a família das meninas, elas participaram do desafio da Boneca Momo.
Segundo as informações da Secretaria de Saúde, as vítimas ingeriram uma grande quantidade do medicamento controlado diazepan. As adolescentes passaram por uma lavagem estomacal e serão encaminhadas à Unidade Infanto-Juvenil para receber o atendimento psicológico. Elas devem receber alta nesta sexta-feira (31).
As famílias das jovens descobriram mensagens e vídeos trocados em um aplicativo de conversa que sinalizaram a participação das jovens no desafio da Boneca Momo. A mãe de uma das vítimas informou que elas apresentavam diversos cortes nos pulsos e ombros. Para esconder os ferimentos, elas usavam casacos de mangras compridas.
Em nota, a Secretária de Educação (SEDUC) lamentou o acontecimento e afirmou que as adolescentes não ingeriram o medicamento dentro da unidade de ensino. Também esclareceu que a escola prestou atendimento inicial e as famílias foram acionadas. A SEDUC, através do departamento Psicossocial, está desenvolvendo um trabalho de conscientização dentro das escolas com o objetivo de evitar que outros adolescentes participem do jogo.
O jogo da Boneca Momo é semelhante ao desafio da Baleia Azul, que viralizou no ano de 2017, e levam crianças e adolescentes a se mutilarem e até cometerem suicídio. O tutor do desafio faz exigências a partir da construção de terror psicológico.
Mais um desafio na internet pode ter levado um garoto de nove anos à morte, no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. O desafio da Boneca Momo, no aplicativo Whatsapp, faz referência a figura de uma boneca que remete à uma lenda do Japão. A 'Momo' desafia crianças e adolescentes a ficarem enforcadas o máximo de tempo que conseguirem.
Arthur Luis Barros dos Santos, de nove anos, foi encontrado desacordado pela mãe no dia 15 de agosto, no quintal de casa, amarrado a uma árvore por um fio de náilon enrolado no pescoço. "Fiz manobra e respiração boca a boca. Ele começou a vomitar o jantar e os vizinhos que estavam jogando dominó na calçada correram e socorreram ele com o pai", conta a mãe e professora Jane Nascimento.
O menino morreu 16 horas após ser encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões. Ele chegou a ser transferido para um hospital particular na Ilha do Leite, na área central do Recife, mas não resistiu.
Especialistas indicam que os pais devem conversar e instruir as crianças e adolescentes sobre o uso do celular. "Com o diálogo, vai ser possível estabelecer regras que são muito importantes para agir de forma preventiva a qualquer situação que possa colocar em risco o estado físico e emocional do indivíduo", esclarece a psicóloga Maeli Ramos.
De acordo com a Polícia Federal (PF), o perfil no Whatsapp entra em contato com as pessoas utilizando uma foto perturbadora propondo desafios, ameaças e espalhando conteúdos de ódio. Embora o perfil original não exista mais, há pessoas se aproveitando e dando continuidade às ameaças.