Situação da Via Mangue vai de mal a pior

Seis meses depois, a situação na Via Mangue piorou. Agora, já faltam 97 peças e moradores do entorno exigem requalificação da área
JC Online
Publicado em 11/09/2018 às 8:30
Seis meses depois, a situação na Via Mangue piorou. Agora, já faltam 97 peças e moradores do entorno exigem requalificação da área Foto: Foto: Diego Nigro/JC Imagem


A Via Mangue, corredor viário implantado na Zona Sul do Recife há pouco mais de quatro anos, em junho de 2014, permanece com vários trechos sem grades de proteção nas laterais e no meio da rodovia. O problema foi denunciado pelo Jornal do Commercio em março. Passados seis meses, a situação piorou. Nada foi feito pela prefeitura. Agora são pelo menos 97 peças faltando. Quando houve a publicação da reportagem era a metade disso.

A precariedade é mais visível no início da via (sentido Centro - subúrbio). A retirada dos equipamentos facilita a passagem indevida de pedestres – a concepção é que seja um corredor expresso, sem paradas – e aumenta as chances de acidentes e atropelamentos. Segundo moradores, o gradil é furtado por motoristas que aproveitam a facilidade de não haver monitoramento por câmeras de segurança.

Quem reside às margens da avenida cobra do poder público a urbanização de pequenas áreas que não receberam intervenção da gestão municipal. É o caso de um terreno em uma das entradas da Comunidade Ilha do Destino, na esquina da Rua José Maria de Miranda. “A gente que faz cota pra limpar. Seria ótimo que virasse uma praça. É cheio de criança aqui sem ter onde brincar”, diz a dona de casa Rejane Carvalho, 43 anos.

Maria Aparecida da Silva, 43, nascida e criada na comunidade, reclama da empresa responsável pela construção da rodovia. “A promessa deles era pavimentar esse trecho e deixar tudo organizado antes da conclusão da Via Mangue. Foram embora, não cumpriram o que disseram e ainda deixaram resto de obra”, lamenta.

CANAL

Outra reclamação dos moradores é a falta de infraestrutura no local. Um canal não tem pavimentação. “O medo de uma criança cair é grande. Vejo a hora de acontecer um acidente e uma delas cair no canal. Sem falar no mau cheiro, nos ratos, baratas e escorpiões”, comenta o manobrista Roberto Nascimento, que tem duas filhas pequenas.

Em outra entrada da Ilha do Destino, na Rua Professor Eduardo Wanderley, um terreno ganhou um espaço improvisado: pneus coloridos, três bancos de madeira (um está quebrado), duas mesas e bancos feitos com manilhas e um brinquedo quebrado. Há ainda uma área de areia com rede de vôlei. “Jogam futevôlei à noite. Só isso. Não vejo crianças e adultos aproveitando o local. Disseram que seria construído um posto de saúde”, conta o operador de estacionamento David Diniz, 23. 

Onde existia o aeroclube, o que se observa é um imenso descampado e em alguns trechos, matagal. O terreno é vigiado por guardas municipais, de acordo com moradores. “Gostaríamos que fosse feita uma praça nesse lugar. Do jeito que está é ruim, sem nada. Pelo menos quando tinha o aeroclube era mais movimentado”, lembra o pintor de automóveis Josivaldo Nemézio, 46, morador da comunidade chamada Areinha. Pai de seis filhos, ele sente falta de áreas de lazer no entorno.

PROMESSAS

A Prefeitura do Recife respondeu às queixas com as mesmas informações que deu no último mês de março. Assegura que está atenta à falta de gradil em trechos da Via Mangue. “A administração municipal está aguardando a conclusão das obras complementares de acesso viário e intervenções urbanísticas no entorno da Via Mangue para realizar a recuperação na via, incluindo a reposição de todos os equipamentos furtados. A licitação para realizá-las já foi elaborada”, explica a Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), por meio de nota.

Na mesma nota, a gestão municipal registra que o custo para repor as grades é superior a R$ 225 mil. Para executar as obras que faltam serão investidos R$ 2,8 milhões. A Emlurb solicita às pessoas que circulam pela via que denunciem qualquer furto. 

Sobre a inclusão de uma praça na Rua José Maria de Miranda, a prefeitura informa que “vai estudar a possibilidade de implantar um espaço de convivência, a exemplo do que foi feito na esquina da Rua Professor Eduardo Wanderley de Miranda”, diz. “A respeito de um canal na Rua José Maria de Miranda, trata-se de um prolongamento do mangue que existe na área e não há previsão de intervenção nesse local”, complementa.

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