Em coletiva na manhã desta terça-feira (13), o secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga; o secretário-executivo de Meio Ambiente, Carlos Ribeiro; e a delegada do Meio Ambiente, Elizabete Barreto, explicaram a ação conjunta entre Prefeitura e as polícias Civil e Militar para coibir a ocupação ilegal nos manguezais do Recife. Segundo Braga, a operação quer “estancar” a exploração econômica ilegal dessas áreas de proteção ambiental.
“Nós estamos combatendo a ação de pessoas que invadem as áreas de manguezal para construir e alugar imóveis”, afirmou Braga. Segundo o secretário, quase todas as áreas de mangue da cidade já foram monitoradas e serão alvos da operação. “Começamos pela comunidade Dancing Days, na Imbiribeira, depois fomos para Sítio Grande, Afogados, e Jiquiá”, relatou.
Os imóveis que são encontrados pelas equipes da prefeitura são derrubados e o terreno desaterrado. “As pessoas mais pobres, que moram em palafitas, não são o objetivo dessa operação, estamos combatendo as construções de pessoas de classe média, classe média alta e quem usa os locais para aluguel de imóveis”, explicou Braga.
O monitoramento das áreas invadidas foi feito por meio do uso de drones, que filmaram os terrenos. “Muitas vezes as pessoas quando vão construir assim fazem primeiro muros altos, para evitar que alguém veja o que está acontecendo”, justificou o secretário Braga. “Também temos uma rede de colaboradores que nos informam todas as vezes que retomam essas atividades criminosas”, alertou.
Segundo Carlos Ribeiro, ao construírem ilegalmente nas áreas de mangue, as pessoas cometem diversas infrações. “O aterro, corte do mangue e a construção irregular sem licenciamento são crime, e nesses casos todos estas infrações são acumuladas”, assinalou Ribeiro. As penas administrativas são a demolição da construção e multas que podem chegar até a R$ 100.000. “Quem quiser denunciar um crime ambiental pode enviar pela internet através do e-mail meioambiente@recife.pe.gov.br ou ligar diretamente para a secretaria pelo telefone 3355.5815”, concluiu o secretário.
Quatro pessoas já estão sendo investigadas em decorrência da operação. Além das multas, quem for flagrado cometendo esse tipo de atividade pode pegar de 3 meses a 1 ano de detenção. “É preciso que as pessoas saibam que invasão de área de mangue é crime”, afirmou a delegada Elizabete Barreto, “quem faz isso está enriquecendo com o patrimônio público e da humanidade”.