'NOVO RECIFE'

Consórcio Novo Recife retoma a demolição dos galpões do Cais José Estelita

A demolição estava suspensa desde a última terça-feira (26) por ordem da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital

JC Online
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Publicado em 28/03/2019 às 19:12
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A demolição estava suspensa desde a última terça-feira (26) por ordem da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital - FOTO: Foto: Filipe Jordão/JC Imagem
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Atualizada às 23h50

A demolição dos galpões do Cais José Estelita, que estava suspensa desde a manhã dessa terça-feira (26) por determinação da 5ª Vara da Fazenda Pública da Capital e é de responsabilidade do Consórcio Novo Recife, composto pelas empresas Moura Dubeux, Queiroz Galvão e GL, foi retomada no início da noite desta quinta-feira (28). A autorização, proferida pelo  desembargador Adalberto de Oliveira Melo do Tribunal de Justiça, suspende os efeitos da liminar concedida pelo juiz Augusto Napoleão Sampaio Angelim.

Por meio de nota, o desembargador informou que "tal decisão trata exclusivamente da demolição, uma vez que a construção dependerá de alvará da Prefeitura".

Leia a nota:

Em decisão tomada nesta quinta-feira (28/3), o Tribunal de Justiça deferiu pedido do Município do Recife e suspendeu os efeitos de liminar de primeiro grau que interrompia a demolição dos galpões do Cais José Estelita, localizados na Capital. Tal decisão trata exclusivamente da demolição, uma vez que a construção dependerá de alvará da Prefeitura.

A expectativa das empresas que integram o consórcio responsável pelo projeto Novo Recife é de que a derrubada seja concluída em aproximadamente uma semana. “A partir deste momento, já iremos iniciar a contratação de pessoas, a obra retoma e empregos serão gerados aqui. Esperamos que acabe em no máximo uma semana, pode ser mais rápido do que a gente imagina”, disse o engenheiro Eduardo Moura, representante da Moura Dubeux.

Protestos

Acampados desde segunda-feira (25) em barracas colocadas no lado externo dos galpões, ativistas do Ocupe Estelita afirmaram ter sido surpreendidos pelas máquinas. “Estavam acontecendo as atividades normais do acampamento. A demolição começou sem ninguém avisar nada. A gente ouviu o barulho das máquinas e as pessoas foram para perto do muro”, relatou a massoterapeuta e arquiteta Cristina Gouveia, 38 anos.

Antes que operários impedissem totalmente a passagem com tapumes, alguns manifestantes conseguiram entrar no terreno e ocupar uma retroescavadeira utilizada nas obras. Foram registrados momentos de tensão e, com as obras paradas, os manifestantes que ficaram do lado de fora dividiram-se entre gritar palavras de ordem e formar um cordão em frente aos armazéns. Carregando uma faixa com a frase “Cidade para quem?”, eles chegaram a bloquear o tráfego por alguns minutos em frente aos galpões.

Após negociação que envolveu a Polícia Militar, por volta das 21h, o grupo que havia ocupado a máquina saiu aos gritos de “ocupar” e “resistir”. “Desde o início, tínhamos atentado para o risco dessa tentativa de demolição e o consórcio deu continuidade até o momento em que a gente entrou no terreno e conseguiu salvaguardar por mais um tempo. Agora, estamos anunciando que vamos manter a ocupação aqui fora”, disse o assistente de direção e jornalista Pethrus Tibúrcio, 26. Segundo ele, a resistência no interior do terreno contou com aproximadamente 30 pessoas.

Às 21h50, o capitão do 16º Batalhão da Polícia Militar (BPM) Diogo Racticliff, responsável pela área, anunciou a decisão de não prosseguir com a demolição dos galpões durante a noite. De acordo com ele, um efetivo policial ficaria no local. Pelas redes sociais, o Ocupe Estelita assegura que continuará ocupando o Estelita para impedir a realização do projeto Novo Recife, que prevê a construção de 13 prédios residenciais e comerciais na área central da cidade.

 

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