As chuvas já provocaram 23 mortes no Grande Recife este ano. Além das 12 vítimas desta quarta-feira (24), sete pessoas morreram em Camaragibe e uma em Jaboatão dos Guararapes por causa de deslizamentos de barreiras durante as chuvas de junho. No mesmo mês, uma mulher morreu afogada em um túnel no bairro do Pina, Zona Sul do Recife. Em Paulista, duas crianças morreram em março após a casa onde viviam ser atingida pela lama de uma barreira durante a madrugada.
No Recife não eram registradas mortes por deslizamento de barreiras desde 2017, quando a técnica de enfermagem Miriam Pereira dos Santos, 43 anos, e o estudante David Pereira de Oliveira, 14, sobrinho dela, foram soterrados pela lama da barreira que ficava atrás de três casas onde vivia a família, no Córrego Leôncio Rodrigues, na Linha do Tiro, Zona Norte. Naquela manhã, Recife registrou 82 milímetros de chuva em seis horas. Este foi o ano com mais óbitos por deslizamento no Recife desde 2010, quando nove pessoas morreram. No ano passado, segundo a Prefeitura do Recife, não há registro de vítimas.
A tragédia em Caetés I foi a primeira registrada por causa das chuvas em Abreu e Lima. Segundo o coordenador da Defesa Civil da cidade, Júnior Lopes, a área era monitorada e as barreiras eram contidas com lonas e muros de arrimo, o que não foi suficiente para evitar que cinco pessoas morressem soterradas em meio à lama e destroços. Na tarde desta quarta, a Prefeitura declarou situação de emergência devido às chuvas constantes, que chegaram aos 46 milímetros em 24h, e aos deslizamentos.
As últimas mortes por deslizamentos registradas em Olinda foram em meio de 2016. O bairro onde a tragédia aconteceu foi o mesmo onde duas pessoas morreram ontem: Águas Compridas. Na ocasião, três pessoas, sendo uma mulher, 35, o filho dela, 7, e a sobrinha, 22, perderam a vida. O acidente aconteceu na Rua Amanhecer, há poucos minutos dos endereços das vítimas dessa terça-feira.
Em Pernambuco, todas as mortes relacionadas a complicações pelas chuvas este ano foram contabilizadas na Região Metropolitana do Recife, segundo a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe). Quando comparado com anos anteriores, o número chega a ser assustador. Nos anos de 2015, 2016 e 2017 o número de óbitos foi igual. Três mortes. Em 2018 não houve registro. Já em 2019, antes mesmo do fim do período chuvoso, que de acordo com a média histórica da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac) segue até final de julho e início de agosto, a Estado já acumula 22 mortes devido a deslizamento de barreiras, alagamentos e outros transtornos causados pelas fortes chuvas.
Recomendações
Por causa da chuva registrada nesta quarta-feira (24), a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe) orienta a população em áreas de risco a procurar locais seguros.
"A recomendação é para que essas pessoas procurem casas de parentes ou amigos em locais seguros. As que não têm essa condição, notificam o município, que estabelece abrigo provisório", explicou o coronel Lamartine Barbosa, secretário executivo de Defesa Civil de Pernambuco à TV Jornal.
Telefones
Defesa Civil Recife 0800 081 3400
Defesa Civil Olinda 0800 281 2112
Defesa Civil Jaboatão dos Guararapes 0800 281 2099
Defesa Civil Moreno 9 9399 0331 9 8911 2471
Defesa Civil Camaragibe 2129 9516 2129 9564
Defesa Civil Paulista 3371 7992 9 8788 7822
Defesa Civil de Igarassu 9 9460 9073
Codecipe 199 ou 3181 2490
Polícia Militar 190
Corpo de Bombeiros 193
Samu 192
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