O processo de beatificação do arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Helder Câmara, entra hoje em nova fase, agora no Vaticano. Documentos coletados até dezembro de 2018, entre eles declarações, depoimentos, juramentos e relatórios das comissões que analisaram os escritos do Dom da Paz, serão entregues hoje à Congregação das Causas dos Santos. A abertura das caixas será acompanhada pelo postulador da beatificação, frei Jociel Gomes, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.
Esta nova etapa é chamada fase romana. Nela, o material coletado durante quase quatro anos será analisado por comissões da Santa Sé, que posteriormente dirão se dom Helder será reconhecido venerável pelo papa Francisco. “Chegou a Roma toda a documentação que produzimos na Arquidiocese de Olinda e Recife entre 2014 e 2018. Se tudo o que produzimos estiver de acordo com as normas da Santa Sé, será emitido decreto nomeando um relator que acompanhará o processo”, explica o frei Jociel, que chegou a Roma ontem. O relator escolhido, segundo o capuchinho, será responsável por elaborar um documento, chamado positio, que será a bibliografia em defesa das virtudes praticadas por dom Helder.
Processo
Uma vez pronto, o documento será entregue às comissões de teólogos e bispos e cardeais do Vaticano. Recebendo parecer favorável, esta etapa será concluída quando for comprovado milagre por intercessão de dom Helder, culminando na beatificação. Depois, o processo continua em busca da canonização do religioso. “Para que ele seja canonizado, ou seja, ganhe o título de santo, é preciso que seja comprovado um novo milagre após a beatificação”, frisa.