Obras na BR-101 causam transtornos na Zona Oeste do Recife

Para especialista, falta planejamento para circulação de veículos
Editoria de Cidades
Publicado em 30/08/2018 às 7:21
Para especialista, falta planejamento para circulação de veículos Foto: Foto: Bobby Fabisak/ JC Imagem


Desde o último dia 16, quando foram retomadas as obras em um trecho de 3 quilômetros da BR-101, entre o terminal do Engenho do Meio e o viaduto da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, trafegar pela rodovia nas imediações do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa) tem sido um verdadeiro martírio. Quem sai da Zona Sul em direção à Caxangá chega a enfrentar mais de um hora de congestionamento em horários de pico. A má notícia é que a agonia de motoristas e moradores da região está longe de ter fim.

De acordo com o Departamento de Estradas e Rodagem (DER) de Pernambuco, responsável pelas obras, esse trecho deve ficar pronto na primeira quinzena de setembro. Mas as intervenções foram estendidas por mais dois quilômetros do sentido Recife-Paulista, atendendo o trecho que vai do quilômetro 68 ao 70 da BR-101. E essa parte só deve ser concluída em outubro.

As equipes do Jornal do Commercio e da TV Jornal percorreram esta semana os cerca de 7 quilômetros que separam o Ceasa e a Avenida Caxangá. Um dos pontos mais críticos fica próximo à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). “Quem precisa fazer qualquer coisa de urgência, como faz aqui? Não tem como andar”, criticou o taxista Daniel Silva. A reportagem do JC chegou ao local no início da tarde de ontem e encontrou trânsito lento. Já a equipe da TV Jornal, que percorreu a rodovia após as 16h, no início da semana, levou 1h15 para chegar até a Caxangá. E a situação, garantem os motoristas, é ainda pior às 7h30 e às 17h30, horários de maior circulação.

Moradores da Zona Oeste também enfrentam inúmeros transtornos relacionados aos engarrafamentos. Segundo eles, não é incomum presenciar motocicletas invadindo os passeios públicos para tentar fugir do trânsito. A agente de viagens Adriela Lima, chama atenção para a falta de sinalização e a consequente sobrecarga dos acessos locais no Engenho do Meio. “Não existem placas indicando rotas. Muitos motoristas que não conhecem a região acabam entrando em vias que não têm capacidade para tantos veículos. Como resultado, vários acidentes estão acontecendo.”

ALERTA

Prevendo que o cenário seria este, representantes da Associação Brasileira de Engenheiros Civis (Abenc) procuraram o Governo do Estado ainda no ano passado, quando as obras da BR-101 do Contorno do Recife – que vai de Jaboatão dos Guararapes a Paulista – tiveram início. “Toda obra de impacto precisa de um plano de mitigação dos efeitos que causa e esta não tem. O DER deveria ter a humildade de chamar a CTTU e montar um plano de circulação para veículos pequenos”, pontua Stênio Cuentro, presidente da Abenc-PE.

Em nota, o DER informou que os “trechos em obras seguem bem sinalizados, facilitando a vida dos motoristas.” Na requalificação dos mais de 30 quilômetros do trecho metropolitano da BR-101, serão investidos R$ 192 milhões, numa parceria entre Governo Federal e Estadual. De acordo com o DER, metade das obras já estão prontas. A previsão de término é de maio de 2019. O órgão garante, no entanto, que está trabalhando para entregar todo o Contorno do Recife até dezembro.

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