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Integração temporal na Estação Recife divide CBTU e Grande Recife

A companhia anunciou que a interação temporal passaria a funcionar a partir de sábado (8), mas o Grande Recife alega a inviabilidade da data

Editoria de Cidades
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Publicado em 05/12/2018 às 8:00
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A companhia anunciou que a interação temporal passaria a funcionar a partir de sábado (8), mas o Grande Recife alega a inviabilidade da data - FOTO: Foto: Alexandre Gondim/ JC Imagem
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Anunciada na segunda-feira pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), a implantação da integração temporal entre ônibus e metrô no Terminal Integrado Recife, localizado no bairro de São José, Centro da capital, provocou um impasse. Enquanto a CBTU afirma que a mudança passa a valer já a partir do próximo sábado (8), o Grande Recife Consórcio alega a inviabilidade da data. Ontem, a empresa encaminhou um ofício à companhia, sugerindo que a alteração fosse feita somente em janeiro. Após reunião nesta quarta (05), ficou definido que o serviço terá início no próximo dia 19 de janeiro.

A decisão foi tomada pela CBTU após uma negociação que se desenrola desde o início do ano. “Quando o terminal abre os portões para os ônibus, um número grande de pessoas entra sem pagar. Em janeiro deste ano, me reuni com o Grande Recife e eles disseram que resolveriam a situação aumentando a segurança, mas isso não aconteceu. A solução encontrada para evitar a evasão foi implantar a integração temporal, como já acontece em Cavaleiro e no Largo da Paz”, explica Leonardo Villar Beltrão, superintendente do metrô no Recife.

A estimativa é de que dos 45 mil usuários que circulam pelo terminal todos os dias, mais de 3 mil não paguem passagem. Nos bastidores, o que se comenta é que o Grande Recife não arca com o prejuízo e também não age para reverter a situação. Em janeiro, após negociação, um porteiro teria sido designado para evitar a entrada irregular, mas teria sido retirado pouco tempo depois.

Com a integração temporal, a catraca que liga o ônibus ao metrô, hoje liberada, passaria a ser bloqueada. O passageiro seria obrigado a utilizar o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM) para entrar no metrô, sem que uma nova tarifa fosse debitada dentro do período de duas horas. “Em Cavaleiro, a venda de bilhetes aumentou 300% depois da integração temporal. Precisamos desses recursos para continuar operando e melhorando o sistema”, argumenta Beltrão. O drama é ainda maior porque uma liminar derrubou o aumento da tarifa do metrô de R$ 1,60 para R$ 3 em novembro, o que tem grande impacto nos recursos da companhia.

RESPOSTA

O Grande Recife informou que existem estudos para a implantação da integração temporal na estação, mas destacou a impossibilidade de isso ocorrer já no sábado. Um ofício foi encaminhado ontem à CBTU explicando que as seis linhas que operam no TI Recife transportam cerca de 23 mil pessoas. Dessas, 5,2 mil pagam em dinheiro e, portanto, seria necessária a elaboração de um plano para venda e recarga dos cartões VEM. O comunicado sugere que a mudança fique para janeiro, quando a demanda é menor devido ao período de férias. Procurada, a CBTU afirmou que mantém o posicionamento.

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