Érica Regina dos Santos, 20 anos, acompanhou de longe o enterro da filha Kethilyn Raíssa, 4, que aconteceu nesta terça (18), às 15h, no Cemitério de Santo Amaro, área central do Recife. A comunidade da Portelinha, na Mangueira, Zona Oeste do Recife, compareceu em peso ao funeral e afirmou que se a mãe participasse da cerimônia seria linchada. Gritos de justiça, mensagens de afeto em cartazes e pessoas vestindo camisas com a foto da pequena deram o tom ao cortejo. O sepultamento levou em torno de cinco minutos.
Na administração do cemitério, Érica chorava a perda da filha, que foi encontrada morta com marcas de mordida e sinais de abuso sexual, na Rua Tenente Mindelo, mesmo bairro onde morava. Na entrada do sala, Policiais Militares (PMs) estavam de prontidão para evitar conflitos. O acusado pelo crime, Ângelo de Israel Barbosa da Silva, 30, foi preso na segunda (17) e encaminhado ao Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima.
A população está revoltada porque acredita que a falta de cuidados de Érica com os filhos acarretou o fim trágico da menina. Na noite do domingo (16), a menina saiu para brincar e não voltou. A mãe, usuária de drogas, acreditava que a criança tinha dormido fora, na casa de algum vizinho. “Não me deixaram velar o corpo da minha filha, nem vê-la pela última vez. Agora só ficou a dor”, lamentou Érica.