A Polícia Civil de Pernambuco já tem em mãos o resultado das perícias relativas ao assassinato do promotor Thiago Faria Soares, ocorrido em 14 de outubro do ano passado, na PE-300, entre os municípios de Itaíba e Águas Belas, no Agreste do Estado. De acordo com o gerente-geral da Polícia Científica, Francisco Sarmento, o Instituto de Criminalística (IC) encaminhou formalmente os documentos que tratam da reprodução simulada da morte do promotor, assim como o laudo das perícias realizadas no local do crime.
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A Polícia Civil ainda não se posicionou oficialmente sobre a conclusão dos laudos. Mas a reportagem do Jornal do Commercio apurou que, entre outras conclusões, o trabalho pericial concluiu que o veículo dirigido por Thiago estava em movimento na hora em que ele foi atingido pelo primeiro disparo de arma de fogo. Apesar do pacto de silêncio entre polícia e Ministério Público de Pernambuco em torno das investigações, pessoas ouvidas em reserva classificaram o laudo como “esclarecedor”.
Responsável pelo inquérito, a delegada Josineide Confessor, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou que recebeu as perícias há cerca de 10 dias, mas não deu mais detalhes. “Estão comigo desde antes do Carnaval, tanto o laudo do local quanto a reprodução simulada, mas só vou me manifestar quando for decidido esse impasse criado”, disse ela, se referindo ao pedido feito pelo Ministério Público de Pernambuco para que a investigação passe a ser comandada pela Polícia Federal (PF).
Informação extraoficial dá conta de que a delegada elaborou 17 perguntas com dúvidas relativas ao caso e que todas foram respondidas pelo Instituto de Criminalística. Entre elas, a perícia confirmou que o carro que levava Thiago, Mysheva e um tio dela estava em movimento, e não estacionado, no momento do primeiro tiro.
A assessoria do Ministério da Justiça, ao qual a PF é subordinada, afirmou que o pedido de federalização ainda está em análise. O MPPE critica a demora na apuração do assassinato. Josineide argumenta, porém, que “mais de 80%” do inquérito já foram feitos. “Havia duas opiniões que precisavam ser esclarecidas, a minha visão de cidadã comum, e a minha como delegada que estava lá”, declarou, sem dar mais detalhes.
Na principal linha de investigação da Polícia Civil, o agricultor Edmacy Cruz Ubirajara é, até agora, apontado como executor, num crime que teria como mandante o fazendeiro José Maria Pedro Rosendo Barbosa. Em vídeo, Zé Maria, como é mais conhecido, acusa a advogada Mysheva Martins, noiva do promotor, de ter planejado o crime. A defesa de Mysheva nega qualquer participação e desqualifica o fazendeiro, foragido desde a época do crime.