Justiça deve decidir hoje julgamento do caso Artur Eugênio

Sentença do júri deve ser anunciada durante a noite. Julgamento envolve dois dos quatro acusados
JC Online
Publicado em 25/09/2016 às 7:15
Sentença do júri deve ser anunciada durante a noite. Julgamento envolve dois dos quatro acusados Foto: André Nery/JC Imagem


Este domingo é um dia decisivo para a família do médico Artur Eugênio de Azevedo. A expectativa é que se encerre à noite o julgamento de dois, dos quatro acusados, pela morte do cirurgião torácico, de 35 anos, assassinado em 2014. Um crime que chocou a população e, em especial, a classe médica. O júri popular (formado por seis homens e uma mulher) se reunirá para dar sua decisão, assim que terminar a sessão de debates entre acusação e defesa, prevista para começar às 9h30 e que deverá se estender ao longo do dia.

Estão sendo julgados pelo crime no Fórum de Jaboatão dos Guararapes, Cláudio Amaro Gomes Júnior e Lyferson Barbosa da Silva. O primeiro é filho do médico Claudio Amaro Gomes, ex-chefe de Artur Eugênio e acusado de ser o mandante do crime. Ele aguarda o julgamento preso no Centro de Triagem de Abreu e Lima. Além dele, do filho, e de Lyferson Barbosa, ainda foi apontado pelo crime Jailson Duarte Cesar, também preso. Um quinto envolvido, Flávio Braz de Souza, foi morto em uma troca de tiros com a polícia em fevereiro de 2015. O primeiro dia do julgamento foi marcado por muita emoção.

Cláudio Amaro Gomes Júnior está sendo julgado por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). Já o acusado Lyferson Barbosa da Silva também responde por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima). O julgamento dos dois acusados começou na última quarta-feira (21). No sábado (24), por volta das 9h40, teve início o quarto dia de júri com a exibição de cinco vídeos com depoimentos de testemunhas, de um total de 22 depoimentos gravados e requisitados pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE).

A esposa de Artur, Carla Rameri, afirma que o marido já planejava processar acusado por "perseguição".

JULGAMENTO

Na parte da tarde, a juíza Inês Maria de Albuquerque deu início ao interrogatório dos acusados. Primeiro falou Cláudio Amaro Gomes Júnior, que negou envolvimento com o crime. No depoimento, Cláudio chegou a afirmar que, por duas vezes, presenciou discussões do médico Artur Eugênio com o pai dele, acusado do crime, mas que nunca chegou a saber o motivo do desentendimento entre os dois médicos. Em seguida, foi ouvido Lyferson Barbosa, acusado de ter recebido dinheiro para matar Artur Eugênio.

Hoje acusação e defesa apresentarão seus argumentos. Cada lado terá até duas horas e meia para tentar convencer os jurados. Em seguida, começam a réplica e a tréplica, que garantem mais duas horas para cada. Os jurados, então, são isolados numa sala. A decisão pela absolvição ou condenação dos réus é tomada por maioria simples e a votação tem caráter sigiloso. Uma vez iniciado o debate, o julgamento irá até o seu final, ou seja, poderá entrar pela madrugada de amanhã.

O médico Artur Eugênio de Azevedo, 35 anos, foi assassinado no dia 12 de maio de 2014. O corpo do cirurgião foi encontrado na BR-101, no bairro de Comporta, no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife. Segundo a denúncia do MPPE, o crime teria sido motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro Gomes e a vítima. De acordo com os autos, Cláudio Amaro Gomes, apontado como o mandante do crime, teria contado com a ajuda do filho Cláudio Amaro Gomes Júnior para executar o plano de homicídio. Cláudio Júnior teria pago Jailson Duarte César para contratar outros dois homens – Lyferson Barbosa da Silva e Flávio Braz – para matar Artur Eugênio de Azevedo Pereira.

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