O médico pernambucano Rui Ferreira, especialista em cirurgia da mão e integrante de ação humanitária que opera gratuitamente diversos pacientes pelo mundo, viveu situação especial no Oriente Médio, nos últimos dias do mês de abril. Na Palestina, onde participa de mais uma missão, operou um médico de 35 anos que havia perdido o polegar num acidente em que morreram várias pessoas. Ele conseguiu transferir com sucesso um dos dedos do pé do paciente para a sua mão. No primeiro curativo, o palestino disse ao pernambucano: “O senhor reconstruiu a minha vida”.
A amputação com transferência de dedo do pé para substituir o polegar, apesar de não ser inédita, é uma cirurgia rara, que requer habilidade do cirurgião responsável. Ainda mais no caso em questão: o paciente, antes de perder o dedo da mão, era cirurgião cardíaco. “Como operar sem o polegar? Ele virou radiologista”, conta Rui Ferreira.
Esta é a quarta vez que o médico, nascido no Sertão de Pernambuco, participa de missão humanitária na Palestina. Na região, há muito a ser feito pelo grupo de cirurgiões, por causa principalmente do grande número de mutilados de guerra. Desta vez, a ação ocorreu em Nablus,cidade importante da Cisjordânia. Junto com a médica pernambucana Gizelly Veríssimo e a anestesista Malika Omarjee Anestesista, que vive em Paris, eles atenderam 80 pacientes e realizaram 31 cirurgias.