A explosão no muro do Presídio Aspirante Marcelo Francisco de Araújo (Pamfa), do Complexo Prisional do Curado, na Zona Oeste do Recife, deixou um rastro de destruição em dezenas de imóveis residenciais e comerciais da Avenida Liberdade e de ruas próximas. Com o impacto da bomba, portas e janelas de vidro foram quebradas, tetos de gesso racharam e os de PVC desabaram, como mostraram os moradores. O acidente aconteceu às 3h deste sábado (5).
"Eu estava dormindo e acordei com a explosão. A porta de vidro da sala foi destruída, as venezianas da grade do terraço ficaram quebradas, pedaços do PVC do teto do terraço e do quarto das minhas duas filhas caíram e a lâmpada do quarto delas estourou", relata Edna Elias Bezerra, que mora na Avenida Liberdade, defronte ao Pamfa. "Por sorte, as meninas estavam dormindo no meu quarto", destaca.
Na Rua Pinheiral, uma transversal da Avenida Liberdade, nas imediações do presídio, famílias faziam relatos semelhantes. "Fiquei em choque e não consegui dormir mais", conta Judite da Silva, 89 anos. "Eu estava acordada, ouvi os estrondos e os vidros se espatifando. Os pedaços do vidro da janela não caíram na minha cabeça porque eu tinha mudado de posição na cama um pouco antes", diz ela, mostrando os estragos em duas janelas da casa.
De acordo com Joelma Silva, moradora da Rua Patriarca, há 15 dias a população vinha escutando tiroteios no presídio. "Isso estava muito estranho, porque eram tiros todos os dias. Agora foi essa explosão, com avarias nas casas como nunca tinha acontecido antes", comenta. Ela teve duas portas de vidro parcialmente destruídas. "A gente pensava que era ladrão tentando entrar na casa. Todo mundo correu para a rua", afirma.