Violência

"Não sei por que ele foi solto", diz delegada sobre suspeito de estupro no metrô

A delegada Ana Elisa Sobreira informou que vai intimar o suspeito de estupro

Da editoria de Cidades
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Publicado em 22/09/2016 às 12:32
André Nery/JC Imagem
A delegada Ana Elisa Sobreira informou que vai intimar o suspeito de estupro - FOTO: André Nery/JC Imagem
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Sobre o caso da estudante vítima de estupro no metrô do Recife, na última quarta-feira (21), a titular da Delegacia da Mulher de Santo Amaro, Ana Elisa Sobreira, disse que não entende o porquê da liberação do suspeito, detido na Central de Plantões da Capital (Ceplanc), no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife. De acordo com ela, toda a ação do suspeito configura o crime de estupro e não haveria motivos para o suspeito ser liberado, principalmente por haver testemunhas. De acordo com o delegado Flamínio Barros, que inicialmente recebeu a denúncia, “não houve flagrante” e, por isso, o homem foi liberado.

“Eu não faço ideia do porquê desse homem ter sido solto. Ele vinha perseguindo a vítima por duas semanas, na Estação Mangueira, na Zona Oeste. Da forma como ele vinha progredindo nas abordagens, ele provavelmente partiria para níveis maiores de agressão”, afirmou a delegada. Além do relato da vítima, havia testemunhas do crime. O procedimento adotado pelo delegado da Ceplanc, será investigado pela Corregedoria da Polícia Civil. Enquanto isso, ainda de acordo com Ana Elisa, que assumiu as investigações, a polícia tem o endereço do agressor, dado por ele próprio durante o tempo em que esteve detido, e vai intimá-lo para que o caso seja devidamente apurado.

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Segundo a delegada, a vítima, que tem 21 anos, informou que há cerca de duas semanas o homem a estava perseguindo. Nas últimas terça e quarta-feira, o suspeito conseguiu, de fato, concretizar o estupro, apalpando a genitália da jovem e roçando nela. “Ela percebeu que, por onde ela passava, ele ia também. Hoje pela manhã ela disse a mãe que estava sendo perseguida e ela a acompanhou. Ele foi atrás dela no metrô e quando ela tentou pegar outro vagão, ele, com força, colocou a mão nas partes íntimas dela e apertou", completou Sobreira.

Na confusão, por pouco o homem não foi agredido por outros passageiros do metrô, mas foi encaminhado à Ceplanc, onde a vítima foi ouvida. "Um advogado chegou, levou ele e pronto. Ele ainda saiu com um ar de riso. Por isso que essas coisas acontecem e vão continuar acontecendo, pois a justiça é muito falha. Ele teria que realmente me estuprar e deixar na rua pra todo mundo ver?", questionou a jovem, em entrevista à Rádio Jornal.

GRAVIDADE

Ana Elisa Sobreira explicou que o caso poderia ser confundido com uma importunação ofensiva ao pudor, mas que, por ter havido ameaça e violência, o que houve foi um estupro. “O homem estudou o comportamento da estudante, o que a fez sentir ameaçada, e também foi violento no momento em que apalpou a genitália da mulher. Isso é o suficiente para configurar a agressão como estupro”, disse Ana Elisa.

A pena para quem pratica o crime de estupro varia de seis a dez anos de prisão, enquanto a importunação ofensiva ao pudor é passível de multa.

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