Ex-namorado de mulher morta com 30 facadas se apresenta à polícia

Segundo a família da vítima, o ex-namorado a ameaçava constantemente por ciúmes
JC Online
Publicado em 27/12/2017 às 13:40
Segundo a família da vítima, o ex-namorado a ameaçava constantemente por ciúmes Foto: Foto: Reprodução/Redes Sociais


Um dos suspeitos de matar Marcela Gomes Leite, 32 anos, com 30 facadas, na casa onde ela morava, no bairro de Aguazinha, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, se apresentou à Delegacia de Homicídios de Olinda, na manhã desta quarta-feira (27). O ex-namorado da vítima, João Henrique Batista de Lima, 32 anos, negou ter matado a mulher e afirmou que não a via há 10 dias.

Durante o depoimento, ele mostrou à polícia mensagens de whatsapp que teria enviado para Marcela na noite anterior ao crime. Eles mantinham um relacionamento amoroso que não era aprovado pela família da vítima, por conta dele ser agressivo e já ter a ameaçado. Nas mensagens apresentadas pelo ex-companheiro, haviam palavras de carinho e afeto.

A irmã da vítima relatou que eles tinham uma relação conturbada. "Ele ameaçava, ficava nas esquinas atrás dela, ia no trabalho. Ela era ameaçada". A irmã ainda contou que Marcela sempre dizia que ele estava a intimidando, falando que "se eu não ficar com ele, eu não sou dele nem de ninguém".

João Henrique se apresentou espontaneamente à polícia para esclarecer os fatos e provar que não tem nenhum envolvimento com o crime que aconteceu na última terça-feira (26) . Ele foi ouvido, teve material genético coletado e em seguida foi liberado.

Outros suspeitos

Segundo a delegada Fabiana Leandro da Delegacia de Homicídios de Olinda, há três linhas de investigação para este caso, e até o momento, nenhuma delas podem ser descartadas. "O suspeito poderia ter sido o ex-companheiro; outra linha foi de uma pessoa que teria dado em cima dela numa festa de Natal; e outra linha de investigação seria vingança".

O homem que foi visto conversando com ela durante a festa, prestou depoimento à polícia e foram coletados seu DNA para perícia.

Também há a suspeita que o crime pode ter sido por vingança. O primo de Marcela cometeu um duplo homicídio, e para descontar, outros criminosos podem ter cometido este ato para causar dor à família como afronta.

Imagens feitas por câmeras de segurança da rua, vão ajudar a polícia a identificar o suspeito do assassinato e seguir com as investigações.

Enterro

"Eu espero justiça", desabafa o pai da vítima que foi nesta manhã ao IML, no centro do Recife, liberar o corpo da filha.

O corpo será enterrado no Cemitério de Guadalupe, em Olinda, nesta quarta-feira (270 às 16h. A família e amigos estarão no local prestando as últimas homenagens à Marcela.

O caso

Marcela Gomes Leite, 32 anos, auxiliar de ensino, foi morta com mais de 30 facadas na manhã da última terça-feira (26), no bairro de Aguazinha, em Olinda. Ela foi encontrada sem roupa, em cima da cama, com sinais de violência sexual, apresentando ferimentos nas costas, tórax e rosto.

No portão da casa não havia sinais de arrombamento. Por dentro, tinham alguns objetos revirados e quebrados, mostrando que houve resistência de Marcela para tentar parar o criminoso.

Familiares arrombaram a porta e encontraram o corpo. Eles foram até a casa após colegas de trabalho sentirem falta da vítima e irem procurar por ela. Marcela Gomes trabalhava como assistente educacional na Associação Brasil América (ABA).

Segundo o perito Tadeu Cruz, que analisou o corpo da vítima, Marcela lutou muito para se defender. Ele ainda acrescentou que pelas marcas das facadas e pelo número de golpes, a pessoa que cometeu o crime estava com "muita raiva da vítima". Além disso, outro indicativo de luta corporal foram os móveis revirados. O Instituto de Criminalística esteve no local e solicitou o exame sexológico para averiguar se houve abuso sexual antes da morte.

Marcela morava apenas com a filha de 13 anos, que não estava presente no momento do crime.

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