atualizada às 12h15 de 28 de dezembro de 2017
O médico que atendeu a menina de 3 anos, raptada em Panelas na véspera de Natal e encontrada em Catende, nesta quarta-feira (27), afirmou que ela foi vítima de abuso sexual. A informação foi desmentida pela Polícia Civil em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (28). Segundo a polícia, laudo do Instituto Médico Legal descartou a possibilidade de abuso.
Na quarta, o médico Flávio Augusto, da Policlínica de Catende, informou que exames constataram que o hímen da criança havia sido rompido. De acordo com o exame feito nesta quinta no IML, a criança apresentava assaduras nas partes íntimas, mas que não tinham ligação com qualquer tipo de abuso.
O crime de estupro é caracterizado pela realização de qualquer gesto que cause constrangimento, sem a necessidade de ter havido penetração, desde que a vítima se sinta ameaçada ou haja qualquer tipo de violência.
Desde 2009, a Legislação brasileira trata como estupro qualquer ato sexual sem consentimento, com emprego de violência ou ameaça. No caso de menores de 14 anos, qualquer ato é considerado "estupro de vulnerável".
Ainda de acordo com o médico, a menina estava desnutrida, pesando cerca de 10 quilos, e também desidratada.
Após passar pelos exames iniciais em Catende, ela foi encaminhada para a Delegacia de Polícia de Palmares, na Mata Sul do Estado. Em seguida, a criança será levada para o hospital da cidade. Até o momento, não há nenhum parente ao lado da menina, que está sendo acompanhada pelo Conselho Tutelar.
A menina foi raptada dentro da casa dos pais, localizada no distrito de Cruzes, Zona Rural de Panelas, na véspera de Natal. De acordo com a Polícia Militar, pelo menos três pessoas estariam envolvidas no crime, que pode ter sido premeditado.
Testemunhas afirmaram que, no dia do rapto, homens estacionaram um carro em uma rua distante da residência da família e perguntaram aos vizinhos onde mãe da criança morava.
Um vizinho teria conduzido um dos suspeitos até a casa da criança enquanto o outro esperava no carro. Em um descuido, os bandidos pegaram a menina e ameaçaram a mulher com uma arma.
Um ex-presidiário, que afirma ser o pai biológico da criança de 3 anos teria sido o mandante o crime. Ele contratou dois homens da cidade de Garanhuns, também no Agreste, para realizar o rapto. De acordo com a Polícia Militar, que fez o resgate da criança, o homem afirmou que desejava criar a menina.
Segundo a PM, com as informações colhidas durante as investigações nos dias nos quais a menina ficou desaparecida, chegou-se à identidade do rapaz suspeito de planejar o rapto (o nome dele não foi divulgado). Foi montado, então, uma força-tarefa junto com o Centro de Inteligência de Caruaru, a Polícia Civil e a Secretaria de Ressocialização para localizar o paradeiro da criança. A PM manteve contato com o homem, por telefone, por toda esta quarta-feira, quando ele garantiu que entregaria a menina.
O carro usado para levar a menina da casa dos pais foi encontrado na manhã desta quarta-feira (27), em uma garagem, no município de Garanhuns, Agreste do estado. O veículo estava em uma garagem no bairro de Massanranduba. Dentro do automóvel foram encontrados cinco aparelhos de celular e drogas.
Alguns adesivos que ilustravam o capô e a frente do carro foram retirados para descaracterizar e dificultar no reconhecimento. Ninguém estava no local no momento da abordagem. O carro foi levado para a 2ª Delegacia de Polícia Civil para ser periciado.