'Canibais de Garanhuns' vão a júri popular nesta sexta-feira

O júri, composto por sete jurados, acontecera no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na área central do Recife
JC Online
Publicado em 22/11/2018 às 20:03
O júri, composto por sete jurados, acontecera no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na área central do Recife Foto: Foto: Cortesia / Polícia Civil


Os três acusados de assassinatos em série e canibalismo no município de Garanhuns, no Agreste de Pernambuco, que ficaram conhecidos mundialmente, irão a júri popular novamente, nesta sexta-feira (23). Jorge Beltrão Negromonte da Silveira, Isabel Cristina Torreão Pires e Bruna Cristina Oliveira da Silva serão julgados pelas mortes de duas mulheres, em 2012. Desde a revelação do crime, eles ficaram conhecidos como os “Canibais de Garanhuns”.

Está é a segunda vez que o trio ocupa o banco dos réus num júri popular. No ano de 2014, eles foram condenados pela morte de Jéssica Camila da Silva Pereira, 17 anos - morta em Rio Doce, Olinda, Grande Recife, no ano de 2008. O assassinato da adolescente foi descoberto quatro anos depois e, segundo a polícia, teve os mesmos requintes de crueldade do duplo homicídio registrado no Agreste pernambucano.

Nesse julgamento, Jorge foi condenado a 23 anos de prisão. Já Isabel e Bruna receberam penas de 20 anos, cada uma. Todos continuam presos.

O júri, composto por sete jurados, acontece no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, na área central do Recife. A expectativa é de que a sentença seja anunciada no mesmo dia. De acordo com a denúncia, as vítimas Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, e Giselly Helena da Silva, 31, foram atraídas para a casa dos acusados com a promessa de que iriam trabalhar como babás. Os crimes aconteceram em meses diferentes. Elas foram assassinadas, esquartejadas e partes das carnes das coxas, pernas, braços, nádegas e fígado foram retiradas e consumidas. Os restos mortais foram enterrados no quintal.

Com carne humana

Na decisão que levou o trio a júri popular, a juíza de Garanhuns, Pollyanna Maria Barbosa Cotrim, destacou que os acusados confessaram que “parte (da carne humana) foi utilizada na confecção de empadas e coxinhas que foram vendidas em diversas partes desta cidade, inclusive neste Fórum”. Jorge, Isabel e Bruna respondem por duplo homicídio triplamente qualificado -- motivo torpe, emprego de meio cruel e emboscada, ocultação e vilipêndio de cadáver.

Relembre o caso

A moradora de rua Jéssica Pereira, 17 anos, e sua filha de um ano foram viver em Rio Doce, em Olinda, com Jorge, Isabel e Bruna. Eles planejaram a morte da vítima, esquarrejaram o corpo e chegaram a se alimentar das carnes de Jéssica.

Em Garanhuns eles mataram Giselly Helena da Silva, 31 anos, e Alexandra Falcão da Silva, 20 anos, respectivamente, em fevereiro e março de 2012. O trio criou uma seita chamada de O Cartel, que visa a purificação do mundo e o controle populacional.

A ingestão da carne humana, segundo Jorge Beltrão, faria parte do processo de purificação da alma das vítimas. Os crimes foram descobertos depois que parentes de Giselly Helena da Silva denunciaram o seu desaparecimento.

Jorge pegou a maior pena: 23 anos de reclusão. Isabel e Bruna pegaram 20 anos de prisão cada uma. Antes do primeiro julgamento, os acusados passaram por exames de sanidade mental. Os laudos apontaram que todos tinham consciência dos crimes e não apresentavam nenhum distúrbio psiquiátrico.

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