A jovem de 19 anos que teve o corpo atingido por ácido sulfúrico, jogado pelo ex-companheiro, em Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, foi transferida para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), do Hospital da Restauração (HR), neste domingo (7). Ela continua em sedada e seu estado de saúde é considerado grave.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (SES), a transferência ocorreu na madrugada deste domingo. Anteriormente, a vítima estava na unidade de queimados. A troca, de acordo com a assessoria, não representa piora no quadro, que já era considerado grave.
Relembre
O crime aconteceu nessa quinta-feira (4) no bairro de Nova Descoberta, Zona Norte do Recife. A mulher subia uma escadaria, para ir à casa da mãe, quando foi abordada pelo suspeito e o comparsa dele. Segundo testemunhas, o casal teve um relacionamento de 4 anos e tem um filho de 2 anos. "Todo mundo que estava na escadaria foi ajudar ela. Botaram água, porque disseram que estava saindo fogo do rosto dela", contou a irmã da vítima.
Investigação
Segundo a delegada Bruna Falcão, a polícia foi informada que o ex-companheiro da vítima foi orientado por advogados a se apresentar na próxima segunda-feira (8) para livrar a prisão em flagrante. Ainda de acordo com a polícia, a mulher registrou três boletins de ocorrências e as medidas protetivas solicitadas estavam em vigor. "As medidas de proteção foram pedidas à Justiça na metade de maio e elas estavam em vigor. Ele tinha sido intimado do seu teor no começo de junho e essas medidas de proteção ainda estavam em vigor", explicou. As medidas protetivas que estavam em valendo eram: proibição de aproximação, proibição de contato telefônico e proibição do suspeito frequentar a casa da vítima.
A delegada informou que, durante um interrogatório feito anteriormente, o suspeito disse que a ex-companheira não permitia o contato com o filho do casal. "Essa informação foi desmentida pela mãe dele, que disse ser mentira. A mulher tinha uma boa relação com a família e que sempre tinham acesso à criança. O motivo seria, na verdade, que o suspeito estava inconformado porque a vítima não queria reatar o relacionamento e, inclusive, estava conhecendo outra pessoa", explicou.
Agressões recorrentes
A irmã da vítima conta também que o suspeito, que tem 30 anos, sempre batia na esposa, além de submeter o filho a maus-tratos. “Ela chegava em casa com marcas. Ela já chegou com queimaduras. Passou-se um tempo, ela engravidou. E era espancada também. Quando meu sobrinho nasceu, ele prendeu meu sobrinho dentro do quarto, de camisa, com o ar-condicionado ligado, e chorando. Ele havia proibido minha irmã de pegar meu sobrinho, porque ela iria embora de casa com ele”, contou.
A Justiça já tinha determinado uma medida protetiva contra o suspeito, mas, por várias vezes, ele teria descumprido a ordem judicial. “Ela foi em delegacia e nada mudou. Os policiais não fizeram nada, ninguém fez nada para mudar alguma coisa. Ela foi na Delegacia da Mulher e nada. Só com medida [protetiva], mas ninguém prende ele. Eu quero que ele seja preso, porque o que ele fez foi uma crueldade. Minha irmã é capaz de ficar cega por conta dele”, falou a irmã da vítima.
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