CASO LEANDRA

'Chorava e chamava pela mãe', diz mulher que cuidava de bebê na noite do feminicídio na Madalena

Mulher contou que Raphael Lopes - autor do feminicídio da fotógrafa Leandra Jennyfer - chegou à casa dela com a criança ensanguentada

AMANDA RAINHERI
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AMANDA RAINHERI
Publicado em 12/02/2020 às 18:07
Foto: Bruno Campos/ JC Imagem
Mulher contou que Raphael Lopes - autor do feminicídio da fotógrafa Leandra Jennyfer - chegou à casa dela com a criança ensanguentada - FOTO: Foto: Bruno Campos/ JC Imagem
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A amiga da família que cuidava do filho da fotógrafa Leandra Jennyfer da Silva, de 22 anos, na madrugada em que a jovem foi assassinada prestou depoimento à polícia nesta quarta-feira (12). Ela foi a primeira a encontrar a jovem ensanguentada, após ser baleada pelo companheiro Raphael Cordeiro Lopes, 32, na casa onde os dois viviam com o filho de um ano e meio, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife. O crime aconteceu na madrugada de domingo (9), depois de uma briga em uma prévia de Carnaval em Olinda, no Grande Recife.

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Segundo a mulher, que preferiu não se identificar, Leandra apareceu sozinha na casa dela para pegar a criança por volta das 5h. "Como estava só, pediu que eu a acompanhasse até em casa", conta ela, que mora na rua ao lado e era acostumada a ficar com o bebê. Cerca de uma hora depois, ela foi acordada por Raphael. Ele estava com a criança nos braços. "O menino estava todo melado de sangue, chorando e chamando pela mãe. Ele (Raphael) estava nervoso e dizia que tinha feito besteira e que eu precisava socorrer Leandra", lembra ela. 

Os dois seguiram até a residência do casal. "Ele disse que tinha atirado sem querer no braço de Leandra. Quando vi ela no chão, estava com o ferimento no braço. Pedi ajuda e um vizinho veio com o carro. Quando coloquei ela no veículo, perguntei a ele (Raphael) se eu iria socorrer ela sozinha. Ele subiu na moto e foi embora", detalha. A mulher chegou a levar a jovem para o Hospital Getúlio Vargas, também na Zona Oeste, mas a fotógrafa já chegou sem vida à unidade de saúde. 

De acordo com a amiga, que viu Leandra crescer, não havia comentários no bairro sobre Raphael ser violento. "Ela era muito apaixonada, todo mundo via os dois juntos sempre." A filha dela, no entanto, que também tomava conta da criança, já havia presenciado uma briga. Na ocasião, Raphael pegou uma arma e atirou dentro de casa, ameaçando matar Leandra, o bebê e a jovem que cuidava dele.

Investigação

O caso está sendo investigado pelo delegado Gustavo Godoy, titular da Delegacia do Cordeiro. Raphael permanece foragido desde o dia do crime. Na segunda-feira (10), durante o velório de Leandra, o homem chegou a fazer contato com a mãe da jovem. Ele afirmou que o tiro que matou a fotógrafa foi disparado acidentalmente. 

Além do bebê de um ano e meio, filho do casal, Leandra deixou outro filho, um menino de seis anos. Os dois estão sob os cuidados da avó materna. 

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