De janeiro ao início deste mês, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) notificou 104 casos de dengue com agravamento, que se manifesta pela febre alta de início abrupto, vômitos persistentes, dores abdominais e alteração de exames laboratoriais. Esse tipo da doença pode apresentar ou não hemorragia. Do total de notificados, 84 foram confirmados – 20 casos a mais em comparação ao mesmo período de 2013, em um aumento de 31%.
“Estamos vivendo um momento propício a uma epidemia de dengue no Estado. Já antecipamos um plano de contingência da doença, que deve ser concluído até o dia 28”, diz a coordenadora do Programa de Prevenção à Dengue, Febre Amarela e Chikungunya da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Claudenice Pontes.
Para um melhor acompanhamento dos casos, o Ministério da Saúde passou a adotar uma nova na nomenclatura desde o começo deste ano. Antes, eram três: dengue com complicação, síndrome do choque e febre hemorrágica. Agora, há duas classificações: dengue grave e dengue com sinais de alarme, ambas com possibilidade de ter ou não hemorragia. “Ainda precisamos voltar a atenção, no entanto, para a dengue clássica, que se manifesta pela febre, dor muscular e cefaleia, mas sem a presença de manchas avermelhadas no corpo. Como os sintomas são comuns a outras doenças, desconfiamos que esse tipo de dengue esteja subnotificado no Estado”, alerta Claudenice.
Ela ressalta que, por Pernambuco ter em circulação os quatro sorotipos do vírus da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), existe um alto risco de o Estado passar por uma epidemia das formas graves da doença. “Os sorotipos DENV-2 e DENV-3 são os mais agressivos. Além disso, pessoas que já passaram por um episódio de dengue estão sujeitas a ter a forma mais crítica. Por isso, vamos intensificar as ações nos próximos dias, especialmente para deixar em alerta os profissionais de saúde”, acrescenta.
No Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), área central do Recife e referência no acompanhamento dos casos em que há hemorragia, não foi registrado internamento pela doença neste mês. “A maioria das pessoas com os sintomas consegue ser bem atendida nas unidades de pronto atendimento. Só recebemos os casos extremamente graves”, diz o médico infectologista Luciano Arraes. Ele ressalta que o período mais crítico, em que o hospital acompanha os pacientes com sintomas mais graves, vai de novembro a fevereiro.
A fase atual, segundo o médico, é de proliferação do mosquito. Por isso, medidas preventivas devem ser adotadas, como o combate de focos de acúmulo de água – locais propícios para criação dos transmissores. E mais: é importante ficar atentos aos sintomas além da febre. “Podem aparecer dor abdominal, queda da pressão arterial, escurecimento da vista e crises intensas de vômito. Nesses casos, é preciso procurar atendimento imediato para evitar maiores complicações”, frisa Luciano.
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