Médicos residentes entram em greve e definem cronograma de atividades

Uma das principais exigências do movimento é a melhoria nos serviços de saúde pública
Do JC Online
Publicado em 10/12/2015 às 9:04
Uma das principais exigências do movimento é a melhoria nos serviços de saúde pública Foto: Foto: Simepe/Divulgação


Os médicos residentes, que entraram em greve nacional na última terça-feira (8), definiram o cronograma da mobilização nessa quarta-feira (10). Assembleias, passeatas e ações em hospitais estão entre as atividades previstas. Organizada pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), a greve tem adesão de diversos estados do país. 

Cerca de 250 pessoas participaram da primeira assembleia do movimento em Pernambuco no auditório da Associação Médica de Pernambuco (AMPE). A mesa principal foi composta por representantes do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (CREMEPE), Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE) e residentes membros da comissão de organização da greve. Entre as pautas destacadas, foram anunciados como principais objetivos da greve nacional reivindicar pela melhoria dos atendimentos através do Sistema Único de Saúde (SUS), pela valorização da residência médica no Brasil e pela qualidade da formação médica no país. 

Segundo o membro da comissão de organização Marcelo Torres, uma das pautas mais importantes é a exigência pela qualidade na formação dos médicos residentes no país. “Reivindicamos, também, que haja valorização dos preceptores e do staff, que estão com a gente, detém todo o conhecimento técnico mas trabalham sem o respaldo devido”. Para Torres, um dos maiores problemas está na abertura de diversos programas de residência pelo Governo Federal, deixando os programas antigos abandonados. “Queremos que haja a reavaliação, requalificação e melhorias dos programas antigos antes da abertura de novos programas”, pontua.

De acordo com a convocação oficial para a greve divulgada pela Associação Nacional dos Médicos Residentes no dia 02 de dezembro, a paralisação nacional acontece por tempo indeterminado até que se cumpram as propostas enviadas ao Governo Federal no dia 16 de novembro deste ano. Entre as proposições, estão a delimitação de um plano nacional estratégico para ampliar vagas de residência conforme a necessidade de cada especialidade em cada região do país e a correção inflacionária do valor da bolsa de residência visando reajuste salarial. Além disso, o Governo Federal deverá propor soluções às instituições que apresentarem cortes nos orçamentos. 

Programação

Na sexta-feira (11), acontece uma ação social no Memorial de Medicina de Pernambuco, no bairro do Derby, com o objetivo de tirar dúvidas da população e apresentar palestras sobre os vírus da Dengue, Zika e Chicungunha, além de realizar ações como aferimento de pressão, medição de glicose e IMC, entre outros serviços gratuitos. 

Já na próxima segunda-feira (14), será realizada uma nova assembleia na AMPE para discutir o movimento, seguida por um mutirão de doação de sangue no local. No dia seguinte (15), acontece uma passeata nacional que deve reunir os residentes participantes da greve. No Recife, a concentração será às 9h na Praça Oswaldo Cruz, na Boa  Vista, e a manifestação segue até o Hospital da Restauração, no Derby. 

Em Pernambuco, a adesão à greve não foi homogênea. Segundo a organização, não há como informar o número de médicos residentes paralisados no Estado. Enquanto durar a greve, serão reservados 30% dos serviços de emergência para continuar em funcionamento. A expectativa da organização é de que os diálogos com o Governo já sejam retomados na próxima semana, com a realização da passeata nacional.

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