SAÚDE

Apelo geral: todos contra o mosquito

População ainda não acordou para os cuidados básicos e governo quer visitar 100% dos imóveis até 31 de janeiro

Da editoria de Cidades
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Publicado em 23/12/2015 às 5:44
Foto: André Nery/JC Imagem
População ainda não acordou para os cuidados básicos e governo quer visitar 100% dos imóveis até 31 de janeiro - FOTO: Foto: André Nery/JC Imagem
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Já se passaram 18 dias desde a criação do Plano Nacional de Enfrentamento ao Aedes e à Microcefalia, mas a população parece ainda não ter despertado para a gravidade da situação e do papel que exerce no processo de prevenção e controle da dengue, chicungunha e zika, com a adoção de medidas simples que podem eliminar criadouros para o mosquito. Ontem o JC flagrou uma piscina num terreno localizado na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. É um exemplo de área que pode facilmente tornar-se um foco do mosquito e afetar toda a vizinhança. 

Para debelar cenários como esse, o Ministério da Saúde faz um chamamento para a sociedade. “Se hoje não temos uma vacina para zika, chicungunha ou dengue, ou alguma tecnologia inovadora pronta para ser utilizada imediatamente, a ação mais efetiva é eliminar os focos do mosquito Aedes aegypti. Por isso, é importante fazer um grande apelo à sociedade: descarte corretamente latas, garrafas, embalagens de presentes, todo e qualquer recipiente que possa acumular água parada”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Antônio Nardi. 

A convocação reforça que, apesar de contar cada vez mais com ações focadas na eliminação de focos do Aedes, a guerra contra o mosquito precisa de um trabalho mais efetivo, capaz de combater focos que continuam espalhados pela cidade. A cada dia, fotos publicadas nas redes sociais denunciam áreas que servem de criadouro, mesmo diante das diversas mobilizações emergenciais que têm sido realizadas pelo município e pelo Estado. 

Basta um pouco de atenção ao circular pela cidade que é possível ver vários criadouros do Aedes, que coloca seus ovos em recipientes com água parada. Uma fêmea do Aedes pode dar origem a 1,5 mil mosquitos durante a vida, segundo o Ministério da Saúde. Em 45 dias, um único mosquito pode contaminar até 300 pessoas e transmitir os vírus da dengue, zika ou chicungunha para muitas pessoas de um só bairro. 

Para ajudar no trabalho de busca de criadouros, já realizado nas comunidades pelos agentes de combate às endemias, cerca de 40 mil equipes de Saúde da Família de todo o País entram em campo com a meta de realizar um trabalho para reduzir a incidência do transmissor dentro das residências. Com essa força-tarefa, o governo assegurou que visitará 100% dos imóveis brasileiros até 31 de janeiro para identificar e combater os criadouros do mosquito. Em Pernambuco, 15.529 agentes comunitários de saúde e 2.171 equipes entrarão em ação em 185 municípios para combater os criadouros. 

Um balde esquecido no quintal ou um pratinho de planta na varanda do apartamento, após uma chuva, podem facilmente se tornar um foco do mosquito. É importante verificar se a caixa-d’água está vedada, a calha totalmente limpa, pneus sem água e em lugares cobertos, garrafas e baldes vazios e com a boca virada para baixo, entre outras ações que podem evitar o nascimento do Aedes.

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