Uma intervenção cirúrgica com um corte minúsculo, recuperação rápida e com menos dor. A cirurgia do futuro chegou e já está disponível em alguns hospitais do Recife. Os profissionais que atuam com esses equipamentos de alta tecnologia são unânimes em dizer que, com o aperfeiçoamento da tecnologia e dos equipamentos disponíveis, cresce a responsabilidade e a importância do médico.
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“O robô não atua sozinho, ele é totalmente manipulado pelo homem. Então, é preciso ter o discernimento para entender um olhar do paciente durante o procedimento”, diz Gilberto Pagnossim, coordenador do Centro de Robótica do Hospital Santa Joana, para quem a capacidade humana de tomada de decisão rápida, sejam quais forem as variáveis a serem analisadas nunca será substituída pela máquina.
O uso de um robô traz muitas vantagens para o paciente e também para o médico que trabalha em uma posição mais ergonômica. Uma das possibilidades trazidas por uma cirurgia com equipamentos de alta tecnologia é o uso de imagens do organismo do paciente, enquanto a intervenção está sendo realizada. É o caso de uma mesa cirúrgica recém instalada no Hospital Português, que inaugurou uma sala híbrida. Ela permite que o cirurgião trabalhe lado a lado com o médico especialista em hemodinâmica, realizando procedimentos vasculares. O primeiro paciente a ser tratado na sala foi um bebê de 14 dias de vida, não identificado. A cirurgia foi considerada bem-sucedida. “O procedimento híbrido dá mais segurança ao paciente e ao médico, pois tudo é feito com imagens em tempo real”, explica o chefe do Centro Cirúrgico do Hospital Português, Luiz Domingues.
Até as cirurgias consideradas mais simples, como a de catarata, estão passando a ser realizadas com tecnologia de ponta, usando imagens em tempo real. O equipamento produz vídeo e imagens em alta resolução durante a intervenção, mostrando uma visão panorâmica do olho em tempo real. “Isso favorece o trabalho do médico, assegura mais eficiência ao profissional e mais agilidade à cirurgia”, afirma o oftalmologista Roberto Galvão, do Instituto de Olhos do Recife.
Investimento em treinamento
O investimento financeiro na compra e instalação dos novos equipamentos é alto, mas também são destinados recursos para o treinamento e capacitação dos profissionais envolvidos nas cirurgias. O
Português, por exemplo, investiu R$ 20 milhões no centro cirúrgico. O Santa Joana não revela os números, mas está investindo na capacitação de uma equipe formada por quatro urologistas, dois cirurgiões gerais, dois anestesistas, além de enfermeiros e técnicos de enfermagens que também participam das cirurgias.
“A cirurgia fica mais reprodutível e com resultados mais previsíveis”, afirma Roberto Galvão Filho. “A tecnologia nunca deve interferir negativamente na relação médico-paciente, se acontecer deverá ser excluída”, conclui.