Um grupo de pesquisadores de Pernambuco documentou o primeiro caso de um bebê com microcefalia e perda auditiva decorrente da síndrome congênita do zika. O relato, publicado no Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, apresenta o quadro de uma criança pernambucana cujo irmão gêmeo nasceu sem a malformação congênita.
“É um caso clássico porque a criança tem manifestações da síndrome congênita do zika comuns à maioria dos bebês com microcefalia com perda auditiva”, explica a gerente do serviço de otorrinolaringologia do Hospital Agamenon Magalhães, Mariana Leal, autora principal do estudo. Ela acrescenta que a criança tem perda auditiva neurossensorial (afeta o nervo auditivo) e usa aparelho há, pelo menos, seis meses.
A médica, que já analisou cerca de 180 bebês com microcefalia, ainda informa que há dois casos em avaliação para passar pela cirurgia de implante coclear, que consiste na inserção de dispositivo eletrônico no ouvido que substitui a cóclea, parte do sistema auditivo sem a qual não escutamos. “É um procedimento indicado quando a criança, mesmo com o uso de próteses, não tem reação ao som”, finaliza Mariana.